sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

O MENINO QUE TIROU A SEDE DE MEIO MILHÃO DE AFRICANOS :

 

                     SEMENTES ESTELARES EM AÇÃO NA TERRA !

                             ESTE É O CAMINHO DA ASCENSÃO !!!

MESTRA NADA NOS DIZ QUE, SEM QUE O SAIBA, RYAN FAZ PARTE DO PROJETO 'CARAVANA DO ARCO-ÍRIS',  INSTAURADO NA TERRA DESDE A DÉCADA DE 90, QUE, TENDO SIDO CUIDADOSAMENTE ESTUDADO PELOS MESTRES E SERES DE LUZ, VEM SENDO SUSSURRADO AOS JOVENS SEMENTES ESTELARES QUANTO AQUILO QUE FAZ PARTE DA SUA PROGRAMAÇÃO DE VIDA, TRAÇADA ANTES DO NASCIMENTO.

TAMBÉM NOS REVELA QUE ESTE PROJETO ESTÁ INICIANDO A ABRIR AS COMPORTAS DE UMA IMENSA CORRENTEZA DE BENEFÍCIOS QUE ESTÃO SENDO AUTORIZADOS PELO GOVERNO DIVINO , EM PROL DA NOVA ERA DA TERRA, EM CICLO DE REGENERAÇÃO.

ELA NOS AVISA EXATAMENTE AGORA QUE ESTA PROGRAMAÇÃO. QUE VEM SENDO DEBATIDA, IMPLANTADA, SEDIMENTADA E REGISTRADA EM ATAS DAS REUNIÕES DO PARLAMENTO ESPIRITUAL DA TERRA, COMPOSTO POR TODA A GRANDE FRATERNIDADE BRANCA UNIVERSAL E MILHARES DE SERES LIGADOS A VÁRIOS ÂMBITOS INTERGALÁCTICOS, VAI SER, A CADA DIA, MAIS VISÍVEL À HUMANIDADE QUE CONTINUARÁ AINDA A VIVER  NA TERRA  EM INÍCIO DE REGENERAÇÃO COLETIVA.


                                          Leia na íntegra e veja a história de Ryan em:
                                            http://rosane-avozdoraiorubi.blogspot.com

                                                          Rosa vermelhaRosa vermelhaRosa vermelhaRosa vermelhaRosa vermelhaRosa vermelhaRosa vermelhaRosa vermelha

 Amor


Fonte:
                                            http://rosane-avozdoraiorubi.blogspot.com

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Dori'

Doriana Tamburini

 para bcc: mim ז

05511 34939499 / 9197 8641
toda 6ª feira às 21:00 co m chat ao vivo!

SKYPE doriana.tamburini24
MSN doriana24raiosx@hotmail.com

Sejam felizes todos os seres. 
Vivam em paz todos os seres. 
Sejam abençoados todos os seres.

terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

A ARTE DE PINA BAUSCH

Documentário de Wim Wenders celebra a arte de Pina Bausch

"PINA", homenagem em 3D do cineasta à coreógrafa, estreia com sucesso no Festival de Berlim. Morte de Pina Bausch, em 2009, quase fez Wenders desistir de projeto de longa data.


"Pina, eu não vejo você nos meus sonhos. Quando você vai vir me visitar?", diz a voz de uma das dançarinas da companhia Tanztheater Wuppertal no filme PINA, enquanto a câmera enfoca seu rosto e sua reação às próprias palavras.
O comentário dos integrantes sobre o trabalho, o relacionamento pessoal, o legado e as saudades da coreógrafa Pina Bausch (1940-2009) é um dos elementos recorrentes no documentário dirigido por Wim Wenders, estreado mundialmente neste domingo (13/02), no Festival Internacional de Cinema de Berlim.

Durante um bom tempo, os dois amigos vinham trabalhando num grande projeto: Wenders registraria em 3D os ensaios do Tanztheater Wuppertal, num road movie transcontinental. Até que, em 30 de junho de 2009, "aconteceu o inimaginável" – nas palavras do cineasta: Pina Bausch faleceu inesperadamente.
Toda a estrutura montada para a produção perdeu a validade e a razão de ser, a primeira reação foi o cancelamento sumário do projeto. Porém, passado um tempo de luto e reflexão, Wenders decidiu que era possível transfigurar a ideia original numa homenagem: não mais um filme com e sobre, mas sim para a artista.

Dançarinos da Tanztheater Wuppertal em imagem do documentário sobre Pina Bausch 
Bildunterschrift: Dançarinos da Tanztheater Wuppertal
em imagem do documentário sobre Pina Bausch

Desejo de eternidade
É possível transportar para a tela – que seja em 3D – a magia do palco de dança, sobretudo a de um teatro-dança tão singular quanto o de Pina Bausch? Que a questão fique em aberto. Certo é que, pelo menos em um sentido, Wenders consegue ressuscitar o poder da coreógrafa.

Poucos minutos filme adentro, depois que se apresentaram os elementos de que ele será tecido – cenas filmadas no teatro e em locação, os pungentes depoimentos dos participantes, material de arquivo, Pina viva, no palco e nos ensaios, suas parcas, porém intensas palavras – tão logo essa trama se revela, um pensamento passa pela cabeça do espectador sensibilizado: "Sei que não é possível, mas quem dera que o filme nunca acabasse..."

E nisso PINA reproduz o sentimento que provocavam as tortuosas e avassaladoras Tanzabende da homenageada: o desejo de que o espetáculo nunca tivesse fim, que conseguisse vencer as fronteiras do tempo, assim como explodia o espaço do palco, as possibilidades dos corpos humanos. O anseio de que esse prazer artístico doloroso e desmedido fosse eterno.

Ou talvez quem esteja falando seja a infantil vontade de que Pina não tivesse morrido – de que gente como ela nunca morresse! Ou, quem sabe, se trate uma questão de sobrevivência: "Dance, dance senão estamos perdidos", ouvimos sua voz dizer, a certa altura do filme.
Cena das filmagens de Bildunterschrift: Cena das filmagens de "PINA"

Sonhos de dança
Se as aparições de Pina Bausch em pessoa são o elemento mais dilacerante do documentário, nas obras filmadas em técnica tridimensional a artista está tão viva como ao criá-las, quase 40 anos atrás. De sua enorme produção foram selecionados trechos de A sagração da primavera (1975), Café Müller (1978), Vollmond (Lua cheia – 2006) e Kontakthof (Pátio de contatos).

Este último oferece a Wim Wenders a oportunidade de explorar a absoluta mobilidade temporal e espacial própria à sétima arte. Pois Kontakthof existiu em três versões: a original, de 1978, dançada pela trupe do Tanztheater, inclusive a própria criadora; a de 2000, com leigos de terceira idade; e a de 2008, com estudantes entre 14 e 18 anos. (Os trabalhos de ensaio dessa última versão foram, aliás, registrados por Anne Linsel no documentário Tanzträume [Sonhos de dança], lançado na Berlinale 2010.)

A montagem enfatiza o específico e o imutável em cada uma dessas encenações: é um senhor que em meio a uma volta se torna adolescente; é a menina que, ao levantar a cabeleira loura, tem 40 e tantos anos. São raros e preciosos momentos em que o cineasta se faz notar como tal, embora sempre reverencioso para com o objeto e sujeito do filme: a obra bauschiana.

***
Bildunterschrift: Wim Wenders e Pina Bausch juntos em 2008
3D or not 3D?

Neste terceiro round histórico da luta da cinematografia estereoscópica por um nicho permanente no mercado (os outros dois rounds foram na década de 50 e no final da de 70), PINA constitui um marco, segundo seus realizadores: trata-se tanto do primeiro filme de autor quanto do primeiro de dança a utilizar a técnica.

3D or not 3D, that is the question... mas uma questão que também não precisa ser respondida já. A justaposição com a metragem de arquivo de Café Müller, por exemplo, deixa óbvio onde o espectador de 2011 sai ganhando: a sensação de profundidade e a definição são infinitamente superiores, captam-se detalhes de textura da pele, cabelos, o suor dos corpos; por vezes tem-se a sensação de estar em meio aos dançarinos, dá quase para sentir o cheiro deles.

Entretanto, nos deslocamentos rápidos diante de fundo escuro, a cinematografia 3D também mostra suas (atuais) limitações, pois esses movimentos parecem pouco naturais, entrecortados. A impressão de perspectiva nem sempre é verossímil, por momentos as pessoas parecem figuras de papelão recortadas diante de um fundo. Talvez a técnica ainda precise amadurecer.

Cartaz do filme 
Bildunterschrift: Großansicht des Bildes mit der Bildunterschrift:  Cartaz do filme

A quarta dimensão
Seja como for, a sensibilidade e empatia do documentarista com seu tema fica provada em minúcias como o registro sonoro de A sagração da primavera. Wenders faz ouvir, quase em pé de igualdade com a poderosa partitura de Igor Stravinsky, os ruídos no palco, os passos, o roçar de peles e tecidos, e, acima de tudo, as respirações.

Assim, após um clímax orquestral extenuante, o que se ouve, no lugar da pausa musical, é o resfolegar estertorado dos dançarinos. Um "detalhe" que aproxima, sim, o cine-espectador da experiência teatral. Mas que principalmente o lembra de que não se trata "só de dança", membros se movendo ao som da música, atléticos supermarionetes. Trata-se de uma arte que amorosamente expõe e examina seres humanos em estados extremos, suas fragilidades e paixões.

"Amor" era uma palavra frequente no vocabulário da coreógrafa, ao lidar com seus intérpretes, como eles próprios contam. Palavra tornada perigosa, de tão desgastada, mas que nesse caso ganha sentido novo e palpável. Amor é a quarta dimensão, que torna tão grandiosa essa homenagem cine-coreográfica dos amigos e colaboradores de Pina Bausch. A qual, asseguram, esteve presente com eles durante toda a filmagem.

Autoria: Augusto Valente
Revisão: Alexandre Schossler


 DW.

A AMIZADE - Khalil Gibran



AMIZADE
Seu amigo é a resposta às suas necessidades. 


Ele é o campo que pode acelerar cosecháis com amor e gratidão.


"E ele é o seu conselho e sua casa.
Para você, vai até ele com fome e sede de buscar a paz.
Quando o seu amigo falar com você, francamente, não tenha medo
seu próprio "não" ou prejudicar o "sim". 


E quando ele está calado, não interromper o seu coração para ouvir o seu coração;   porque, sem palavras, na amizade, todos os pensamentos, todos os
 desejos, todas as expectativas nascem e são partilhados com alegria espontânea. 


Quando você separa-se de um amigo, não sofrem, porque o que mais amamos
 é claro na sua ausência, como a montanha é
 clara da planície para a montanha. 


E não deixe mais finalidade na amizade para o aprofundamento do espírito.
Para o amor que procura apenas para esclarecer o seu próprio mistério,
 
não é amor, mas uma rede, e quão inútil é pescado. 


E deixá-lo ser o melhor para o seu amigo. Se ele tem que
 
conhecer o refluxo da vossa maré, que também conhece o seu crescimento.
Por que amigo é aquele que procuram matar as horas?
Procure vezes mais tempo para viver. 


Porque ele é preencher sua necessidade, não vosso vazio. 


E na doçura da amizade, que haja risos e prazeres compartilhados.
Pois no orvalho de pequenas coisas do coração
 
encontra sua manhã e é atualizada.

 
Khalil Gibran 



Enviado por: "Juan Marin Alcaraz" 
moriajoan@yahoo.es moriajoan  
Seg Fev 14, 2011 02:05 

FERNANDO PESSOA - O POETA


Vivo sempre no presente. 
O futuro, não o conheço. 
O passado, já o não o tenho. 

Pesa-me um como a possibilidade de tudo, 

o outro como a realidade de nada. 

Não tenho esperança nem saudades…

que posso presumir da minha vida de amanhã,
Senão que será o que não presumo, 

o que não quero, o que me acontece de fora, 

Até através da minha vontade…

não quero mais da vida do que senti-la perder-se
Nestas tardes imprevistas 


Fernando Pessoa 



 .
. Um conhecimento contemplativo de Deus:

Traçadas as coordenadas principais, 
a nível do pensamento religioso de Fernando Pessoa, 
pondo, para já, de parte a longa teorização 
e defesa do Neopaganismo português, 
atentemos nalguns textos reveladores daquilo 
que podemos considerar ser o seu percurso poético /religioso, 
na busca do Conhecimento ou Gnose:

Por volta de 1912, tinha o poeta então 24 anos, 
e no mesmo ano em que publicava na «Águia» 
os seus primeiros artigos sobre a moderna poesia portuguesa, 
surge-nos um texto belíssimo intitulado «PRECE» que passo a transcrever: 

Prece:
«Senhor, que és o céu e a terra,
e que és a vida e a morte! 

O sol és tu e a lua és tu e o vento és tu! 
Tu és os nossos corpos e as nossas almas 
e o nosso amor és tu também. 
Onde nada está tu habitas e onde tudo estás - 
(o teu templo) - eis o teu corpo.

Dá-me alma para te servir e alma para te amar. 
Dá-me vista para te ver sempre no céu e na terra,
ouvidos para te ouvir no vento e no mar, 
e mãos para trabalhar em teu nome.

Torna-me puro como a água e alto como o céu.
Que não haja lama nas estradas dos meus pensamentos 
nem folhas mortas nas lagoas dos meus propósitos. 
Faz com que eu saiba amar os outros 
como irmãos e servir-te como a um pai.
[...]
Minha vida seja digna da tua presença. 
Meu corpo seja digno da terra, tua cama. 
Minha alma possa aparecer diante de ti 
como um filho que volta ao lar.

Torna-me grande como o Sol,
 para que eu te possa adorar em mim;
e torna-me puro como a lua,
para que eu te possa rezar em mim;
e torna-me claro como o dia 
para que eu te possa ver sempre em mim
e rezar-te e adorar-te.

Senhor, protege-me e ampara-me.
Dá-me que eu me sinta teu. 
Senhor, livra-me de mim.»

Este texto, em que António Quadros encontra,
a meu ver com razão, 
ecos do Hino ao Sol do faraó monoteísta Akhenaton
e afinidades com os cantos de S.Francisco de Assis ,
marca, segundo o mesmo autor, o «1ºmarco de uma longa e árdua peregrinação», revelando 
«toda uma vivência interior de transcendência que reúne a visão do ser humano, entre o animal e o espiritual».

Nele é visível «uma enorme exigência de pureza e de Absoluto, 
um sentimento de adoração, a consciência profunda da vanidade egolátrica, um desejo de entrega e de abandono no divino», 
traduzindo, igualmente,
«o efeito de uma experiência íntima, secreta




Pouco depois desta «Prece», em 1913, tinha então 25 anos,
parece o Poeta ter tido uma primeira experiência de revelação, 
de êxtase quase místico, como afirma Quadros. Trata- - se do poema em 5 partes,

ALÉM-DEUS.

Na 1ªparte,
Olho o Tejo, e de tal arte
Que me esquece olhar olhando,
E súbito isto me bate
De encontro ao devaneando - 

O que é ser rio e correr?
O que é está-lo eu a ver?

Sinto de repente pouco,
Vácuo, o momento, o lugar.
Tudo de repente é oco -
Mesmo o meu estar a pensar.

Tudo 
- e o mundo em seu redor -
Fica mais que exterior.
Perde tudo o ser, ficar,
E do pensar se me some.

Fico sem poder ligar
Ser, idéia, alma de nome
A mim, à terra e aos céus...

E súbito encontro Deus..


 
Na 2ºparte de Além-Deus, 
o poeta procura explicar como tudo se passara: 

PASSOU (título da 2ªparte):

«Passou, fora de Quando,/
De Porquê, e de Passando...»;

na 3ªparte, intitulada A VOZ DE DEUS, 
reconhece na percepção do indizível, 
a fusão total do Eu e do universo 
a partir da audição da voz de Deus:

A VOZ DE DEUS

«Brilha uma voz na noite...
De dentro de Fora ouvi-a .
Ó Universo, eu sou-te..../» 

...
«Cinza de idéia e de nome
Em mim, e a voz:
Ó mundo,
Semente em ti eu sou-me...
Mero eco de mim, me inundo
De ondas de negro lume
Em que pra Deus me afundo.»

Este inundar-se em Deus equivale à QUEDA 
(título do 4ºpoema da série)


A QUEDA .

«Da minha ideia do mundo
Caí...
Vácuo além de profundo,
Se ter Eu nem Ali.»
 
Tal queda/mergulho no inefável,
no indizível é o encontro do Além-Deus . 

«Além-Deus! 
Além Deus! Negra calma ..
Clarão de Desconhecido...
Tudo tem outro sentido, ó alma,
Mesmo o ter-um-sentido
...» 

O 5º e último poema, 
de título de ressonância esotérica ( e surrealista) 
BRAÇO SEM CORPO BRANDINDO UM GLÁDIO ­ 
«é o regresso à realidade quotidiana, lugar da dúvida, 
da interrogação, do espanto, da incapacidade de aferir, 
pela razão humana, aquilo que por instantes envolveu o ser inteiro, 
deixando atrás de si um sentimento de irrealidade» - conclui assim o poema:

«Deus é um grande Intervalo,
Mas entre quê e quê?...

Entre o que digo e o que calo
Existo? 
Quem é que me vê?
Erro-me...»

Fonte
.???

A AMIZADE - Aristóteles





Depende de nós praticarmos atos nobres ou vis
e se é isso que se entende por ser bom ou mal, 
então depende de nós sermos virtuosos ou viciosos."
Aristóteles.

Em seu livro Ética à Nicômaco, Aristóteles estabelece um tratado das virtudes
humanas. As virtudes se dividem em intelectuais ou dianoéticas e as virtudes
morais, que podem ser aprendidas através do hábito.

A razão prática ou a ética em Aristóteles possui uma finalidade imprescindível,
na medida em que ela serve de fio condutor que dá acesso à Felicidade. É por
isso que a Ética de Aristóteles é teleológica, ou seja, também conhecida como
doutrina do eudamonismo, pois nossas atitudes devem buscar a felicidade através de ações virtuosas.

A virtude aristotélica consiste no esmero esforço do equilíbrio entre os vícios da falta e do excesso. Em posição de destaque se encontra a amizade, como virtude necessária no compartilhamento da felicidade.

A AMIZADE
A amizade é, pois uma virtude extremamente necessária à vida. Mesmo que possuamos diversos bens, riqueza, saúde, poder, ainda assim, não será suficiente para nossa realização plena, pois nos falta a essencial e indispensável amizade.

Na ética aristotélica, quanto mais influência e poder manipular um homem mais necessidade ele terá de ter amigos.

A justiça e a amizade possuem os mesmos fins, mas considera-se a amizade superior a justiça, pois a justiça é utilizada para contornar nossos atos em relação ao próximo que não conhecemos. Com os nossos amigos não precisamos de justiça, pois a natureza da amizade nos é completa, como mais autêntica forma de justiça.

De acordo com a proporção da faixa etária de cada indivíduo, a amizade
apresentará uma função específica. Para os jovens ela ajuda a evitar o erro,
para os mais velhos serve de amparo para as suas necessidades e suprime as
atividades que declinam com o passar dos anos, porque dois que andam juntos são mais capazes de agir e pensar.

Sua utilidade se estende ainda mais, ela mantém cidades unidas, pois assegura a unanimidade e repele o faccionismo. Por conta disso, afirma Aristóteles:

A amizade não é apenas necessária, mas também nobre, pois louvamos os homens que amam os seus amigos e considera-se que uma das coisas mais nobres é ter muitos amigos. Ademais pensamos que a bondade e a amizade encontram-se na mesma pessoa.[2]

A condição necessária e basilar para se formar uma amizade se dá pelo
conhecimento de uma a outra pessoa que desejam entre si reciprocamente o bem. Assim como a condição específica para ser objeto de amor é ter um caráter bom, agradável e útil.

Acrescenta Aristóteles que deve existir mais de uma forma de amizade, neste
sentido apresenta três espécies de objetos de amor: o que é bom, ou o agradável,ou útil.

Destes três objetos nascem três espécies de amizade. Encontra-se em situação de superioridade aquela que é motivada pelo bem, pois é duradoura. Enquanto a agradável está relacionada aos jovens e a terceira parece existir principalmente entre as pessoas idosas, pois nesta idade buscam não o agradável, mas o útil. Nestes tipos de amizades as pessoas buscam seus próprios interesses para terem alguém que lhes proporcionem prazer ou alguma utilidade. Não ama o amigo por ele mesmo, mas na medida em que ele pode proporcionar algum bem, utiliza a amizade para conseguir outra coisa, de modo que o amigo é tido como um meio; não como um fim. 

O verdadeiro amigo quer as coisas para as pessoas a quem ele ama, o amigo por acidente as quer para si.

Segundo Aristóteles, o requisito essencial para a amizade é "a consciência, a
qual só é possível se duas pessoas são agradáveis e gostem das mesmas coisas".

Entretanto, se a ausência é demorada parece provocar o esquecimento da amizade.

A amizade perfeita é aquela que existe entre homens que são bons e semelhantes na virtude, ou seja, há a reciprocidade de caráter e de objetivos,
conseqüentemente portará a tendência de ser perene. Sua exigência peculiar
resume-se em tempo e intimidade e a verdadeira amizade é invulnerável a calúnia.

Há uma outra espécie de amizade que envolve a desigualdade entre as partes, por exemplo, a amizade entre pai e filho, entre velho e jovem, entre marido e
mulher, e em geral a amizade entre quem manda e quem obedece.

Como tornar proporcional a amizade entre os desiguais?

São consideradas amizades acidentais aquelas que se fundamentam no interesse derivada do amor a utilidade e não ao outro por si mesmo, assim elas são facilmente capazes de se fragmentarem quando uma das partes cessa de ser agradável ou útil, pois existia apenas como um meio para se chegar a um fim.

Já que a igualdade é característica essencial da amizade e que ela exerce os
mesmos atos também na justiça, aquele que for melhor para com o outro deverá receber mais amor, para que assim estabeleça-se a proporção.

Por outro lado, ser amado é algo bom em si mesmo, e por isso parece ser melhor ser amado que receber honras, conseqüentemente a amizade parece ser desejável por si mesma. Mas a natureza da amizade consiste muito mais em amar do que ser amado, por exemplo, o amor de uma mãe pelo seu filho. É dessa maneira que pessoas desiguais podem ser amigas, sendo possível a igualdade entre eles. Desta forma, a amizade que se forma entre contrários visa à utilidade.

Em resumo, podemos concluir a partir de Aristóteles que:

Podemos dizer que amar assemelha-se à atividade, e ser amado à passividade: amar e ter várias formas de sentimentos amistosos são atributos dos homens mais
ativos.[3]

1. A amizade x benevolência
A amizade pode cessar quando a reciprocidade de interesses é desvinculada. Esses fatos ocorrem quando o amante ama o amado visando o prazer, e o amado a utilidade, e nenhum deles possuem as qualidades que deles se espera. Ou seja, nenhum deles amava o outro por si mesmo à vista que suas qualidades não eram duradouras.

Nesse sentido, os desentendimentos ocorrem quando o que as pessoas obtêm é algo diferente daquilo que desejam.

Enquanto a amizade envolve a intimidade, a benevolência pode surgir subitamente, como acontece com os adversários em uma competição. Assim, ela pode ser o início de uma amizade. , do mesmo modo que o prazer o prazer com os olhos é o início do amor. Logo, podemos se aproximam por sentir benevolência uma para com a outra, na medida em que o tempo trará a intimidade para ratificar o amor.

Assim, afirma Aristóteles:

Por uma extensão da palavra amizade, poderíamos dizer que a benevolência é a amizade inativa, não obstante, quando se prolonga e chega ao ponto da
intimidade, ela passa a ser amizade verdadeira. Mas não se trata da amizade
baseada na utilidade ou no prazer, pois a benevolência não se manifesta em tais condições.[4]

A reta razão

A reta razão é justamente o caráter deliberativo da alma que nos dirige as
virtudes, que nada mais são que o meio-termo entre os extremos. Para explicar a natureza da reta razão, Aristóteles inicia o livro VI afirmando que a alma se
divide em duas partes: uma racional e outra não racional.

A racional se divide em outras duas partes: a científica[5], que contempla as
coisas imutáveis, não sendo esta objeto de deliberação: e a calculativa, que se
ocupa das coisas mutáveis, sendo objeto de deliberação. A virtude da primeira
será a sabedoria filosófica e a da segunda a sabedoria prática.

Dentre as três coisas que controlam a ação e a verdade na alma temos: a
sensação, o pensamento e o desejo. A primeira não é princípio de qualquer ação refletida, mas o desejo está ligado à reta razão. Assim, a escolha só será boa se o desejo for guiado pelo reto raciocínio.

A razão predomina sobre o desejo:

O caráter deliberativo encontra-se na inteligência prática, pois nos responde se
o nosso desejo é bom ou não. Se for bom, a escolha deverá ser feita, pois houve concordância entre a razão e o desejo (a razão aprovou o desejo). Mas quando a razão conclui que tal desejo nos prejudica, então não deveremos escolher, poisembora o tenhamos desejado, a razão o rejeitou como algo prejudicial. Nesse   sentido, só será lícito conhecermos uma coisa que desejamos, depois que o raciocínio a examinar declarando-a boa.

O alcance da verdade na alma somente será encontrado através de cinco
disposições: a arte (no sentido geral do conhecimento técnico), o conhecimento científico, a sabedoria prática, a sabedoria filosófica e a razão intuitiva.

A arte, para Aristóteles, é a capacidade de produzir, utilizando um conhecimento sobre a maneira de se fazer às coisas, mas não se remete ao agir. Seria uma ciência como um conhecimento demonstrativo do necessário e do eterno, podendo ser ensinado ou demonstrado pela indução.

"O conhecimento científico é o juízo acerca das coisas universais e
necessárias".


Já a sabedoria prática ou discernimento é a capacidade deliberação, como já
mencionamos anteriormente, tendo no agir a sua finalidade.

O discernimento deve ser uma capacidade verdadeira e raciocinada de agir com
respeito aos bens humanos. Ela é, portanto, a capacidade de pensar sobre as
coisas de ordem prática, sobre a conduta do próprio homem e de agir conforme o raciocínio. Nesse sentido, o prazer e a dor podem interferir nos juízos de ordem prática.

Podemos dizer que a sabedoria filosófica é a união da inteligência e da ciência(que demonstram as coisas invariáveis) , segundo Aristóteles, ela é a mais perfeita forma de conhecimento… Enquanto a sabedoria prática se relaciona com as ações humanas, que são objetos de deliberação, às coisas particulares e variáveis que tenham uma finalidade específica dentro do mundo da ação. Portanto afirma Aristóteles:

E não é menos evidente que a escolha não será acertada sem a sabedoria prática, como também não sem a virtude, pois uma (a sabedoria prática) determina o fim e a outra nos leva a praticar ações que conduzem a esse fim[6].

Na verdade, o ideal seria possuir as duas, mas não sendo isso possível a
sabedoria prática é preferível à outra, pois diz respeito à ação de nossa
realidade imediata, prática indispensável ao caráter deliberativo e iminente.

CONCLUSÃO
Na verdade, não há teoria da vontade racional em Aristóteles, mas o que ele
instituiu foi o conceito do desejo deliberado, ou seja, a filosofia do agir. A
estreita ligação entre desejo e virtude faz com que se possa justificar uma das
expressões com que se quis caracterizar globalmente a Ética Nicomaqueia:
eudonismo racional.

A finalidade ultima desse eudonismo é a contemplação, Livro X. Por conta disso, não se pode conciliar plenamente a unidade da virtude com a multiplicidade das virtudes, porque cada uma é ao mesmo tempo o seu fim em si e meio para atingir a contemplação. Por outro lado, e ainda diferentemente de Platão, não se pode separar a vida ativa e a vida contemplativa. Participando do prazer eterno o filósofo, ao contemplar obedece à sua natureza racional, cumprindo, o mais completamente possível ao homem, o seu dever de ser feliz.
 
Mas a ética aristotélica passa ainda por outro pólo, a vida humana baseada nas relações intersubjetivas da amizade, como condição necessária e indispensável para uma vida feliz, devendo acompanhar todo o agir moral.

A importância de sua filosofia adquiriu influência no pensamento cristão. Como
no caso de São Tomás de Aquino que no seu pensamento teológico, aproveita a sistematização do Estagirita. Bem como, no ocidente, do período clássico até o século XVIII e permanece até os nossos dias.



Fonte:
Yahoo Grupo - Conhecimento Profundo
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LIVRE DO MEDO

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Livre do medo
Cientistas conseguem bloquear memórias de medo 
com método não invasivo e que não envolve o uso
de drogas. Estudo foi publicado na Nature (NIH)

Divulgação Científica

Livre do medo

– Bloquear a manifestação de memórias de medo por meio de um método não invasivo e que não se baseia no uso de drogas. A novidade, que poderá ter implicações importantes no tratamento de problemas relacionados ao medo, acaba de ser demonstrada em artigo na edição desta quinta-feira (10/12) da revista Nature.

Estudos anteriores demonstraram como bloquear tais memórias, mas envolviam o uso de compostos tóxicos e duravam apenas alguns dias. No novo método, Elizabeth Phelps, da Universidade de Nova York, e colegas evitaram o uso de drogas ao se basear na fase conhecida como “reconsolidação” da memória, na qual memórias antigas podem passar por mudanças.

Após treinar voluntários a sentir medo de certos estímulos visuais, os pesquisadores apresentaram uma nova informação “segura” ao mesmo tempo em que reativavam as memórias de medo. Ao fazer isso, eles conseguiram “reescrever” os pensamentos negativos associados com os estímulos.

Os efeitos da intervenção duraram cerca de um ano e aparentemente não afetaram as memórias que não foram reativadas no momento da introdução da nova informação. Os autores do estudo concluíram que as memórias antigas de medo podem ser atualizadas com informações não amedrontadoras.

Os resultados reforçam a hipótese de que as memórias emocionais se reconsolidam a cada vez que são recuperadas. E que o período em que o processo ocorre tornar as memórias vulneráveis a modificações que podem ser induzidas. Ou seja, pode-se livrar o portador da sensação de medo para aquela determinada memória.

“O momento parece ser mais importante para o controle do medo do que imaginávamos. Nossa memória reflete mais a última vez que foi recuperada do que a exata recuperação do evento original”, disse Elizabeth.
Além das implicações no tratamento de distúrbios relacionados ao medo, os resultados apontam que o momento das intervenções terapêuticas tem um papel muito importante para o sucesso dos procedimentos.

“Inspirado em estudos básicos em roedores, essa nova descoberta em humanos poderá ser transferida para o desenvolvimento de melhores terapias para o tratamento de distúrbios de ansiedade, como o estresse pós-traumático”, disse Thomas Insel, diretor do Instituto Nacional de Saúde Mental, um dos Institutos Nacionais de Saúde dos Estados Unidos, que financiou a pesquisa.

O artigo Preventing the return of fear in humans using reconsolidation update mechanisms,
de Elizabeth Phelps e outros, pode ser lido por assinantes 
da Nature em www.nature.com
 Fonte:
Agência FAPESP 
http://www.agencia.fapesp.br/materia/11479/divulgacao-cientifica/livre-do-medo.htm

10/12/2009
Agência FAPESP


ANTEPASSADO DE LUCY È DESCOBERTO

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Antepassado da Lucy é descoberto Denominado Kadanuumuu, esqueleto encontrado na Etiópia
é da mesma espécie mas 400 mil anos mais velho que o célebre
australopiteco descoberto em 1974 (divulgação)

Divulgação Científica

Antepassado da Lucy é descoberto

– Um grupo internacional de cientistas concluiu que um esqueleto parcial encontrado recentemente na Etiópia é de um Australopithecus afarensis. Trata-se da mesma espécie da famosa Lucy, descoberta pelo norte-americano Donald Johanson em 1974. 

A diferença é que o novo esqueleto viveu há 3,6 milhões de anos, ou cerca de 400 mil anos antes da Lucy, o que implica que características avançadas nos hominídeos, como a postura ereta ao andar, ocorreram antes do que se estimava. 

Os resultados da análise preliminar dos ossos encontrados na região de Afar, na Etiópia, serão publicados esta semana no site e em breve na edição impressa da revista Proceedings of the National Academy of Sciences.
Escavações na área de Woranso-Mille vem sendo conduzidas desde 2005, após a descoberta do fragmento de um osso do braço. Desde então os antropólogos recuperaram alguns dos ossos mais completos já encontrados de hominídeos. 

O exemplar do antepassado da Lucy foi denominado Kadanuumuu, que significa “homem grande” em dialeto da região. Os ossos pertenceram a um hominídeo do sexo masculino com cerca de 1,6 metro – Lucy tinha apenas 1,07 metro. 

“Esse indivíduo era totalmente bípede e capaz de caminhar como os humanos modernos. Como resultado da descoberta, podemos dizer com confiança que a Lucy e seus parentes eram quase tão eficientes como nós ao andar sobre as duas pernas e que o alongamento de nossas pernas ocorreu antes, em nossa história evolutiva, do que achávamos”, disse Yohannes Haile-Selassie, do Museu de História Natural de Cleveland, nos Estados Unidos. 

O artigo An early Australopithecus afarensis postcranium from Woranso-Mille,
Ethiopia (doi/10.1073/pnas.1004527107), 
de Yohannes Haile-Selassie e outros, poderá ser lido em breve por assinantes da Pnas em www.pnas.org/cgi/doi/10.1073/pnas.1004527107.
Fonte:
Agência FAPESP
22/6/2010-Agência FAPESP
http://www.agencia.fapesp.br/materia/12357/divulgacao-cientifica/antepassado-da-lucy-e-descoberto.htm