Elegia Violeta para Monsenhor Romero (1980)
Elegia Violeta para Monsenhor Romero (20Mb)
P ara duas crianças cantoras solistas, coro infantil, piano obligato e orquestra de câmara Coro Infantil do Kibutz Hatzerim e do Conservatório de Música de Beer-Sheva
Crianças solistas: Hagit Shapira e Ruth Halifa
Piano obligato: Mariuga Lisboa Antunes
Orquestra: The Israel Sinfonietta
Regente: Jorge Antunes
Duração: 20' 08" |
BIOGRAFIA
Jorge Antunes nasceu no Rio de Janeiro em 1942. Começou seus estudos musicais em 1958 e em 1960 ingressou na Escola Nacional de Música da Universidade do Brasil (atual UFRJ), na classe de violino do Prof. Carlos de Almeida. Em 1964 começou o curso de composição e regência na mesma escola, estudando com Henrique Morelembaum, José Siqueira e Eleazar de Carvalho. Simultaneamente ele seguiu o curso de composição de Guerra Peixe na Pró-Arte do Rio de Janeiro.Até 1964 Antunes abraçou a corrente nacionalista em suas obras instrumentais , influenciado por Villa Lobos. Mas já em 1962 começou a se interessar pela música eletrônica, ao mesmo tempo em que ingressava no curso de Física da Faculdade Nacional de Filosofia (FNFi). Depois de construir vários geradores, filtros, moduladores e outros equipamentos eletrônicos, Antunes fundou o Estúdio de Pesquisas Cromo-Musicais, destacando-se desde então como precursor da música eletrônica no Brasil.
A partir de 1966 ele começa a se destacar como um dos nomes mais representativos da vanguarda musical brasileira e participa de vários festivais nacionais e internacionais.
Em 1965 ele dá início a importantes pesquisas no domínio da correspondência entre os sons e as cores e compõe uma série de trabalhos a que dá o nome de CROMOPLASTOFONIAS, para orquestras, fitas magnéticas, luzes, usando também os sentidos do olfato, do paladar e do tato.
Em 1967 ele foi convidado pelo Instituto Villa Lobos do Rio de Janeiro, para organizar o seu Centro de Pesquisas Musicais e foi nomeado Professor de Música Eletroacústica do mesmo Instituto, onde ministrou aulas de omposição e para onde transferiu seu laboratório. Entre 1965 e 1968 participou intensamente dos movimentos artísticos de anguarda do Rio de Janeiro, apresentando suas Cromoplastofonias e seus Ambientes em salões de artes plásticas e integrando o grupo precursor do chamado poema-processo.
Em 1969 ele ganhou uma bolsa para estudos pós-graduados em composição no Instituto Torcuato Di Tella de Buenos Aires, como vencedor do concurso bienal que selecionava um compositor de cada país das Américas para realizar estudos no Centro Latinoamericano de Altos Estudios Musicales. Com a bolsa, Antunes trabalhou durante dois anos sob a orientação de Alberto Ginastera, Luis de Pablo, Eric Salzman, Umberto Eco, Francisco Kröpfl e Gerardo Gandini. Em 1969 e 1970 ele trabalhou no Laboratório de Música Eletrônica do Instituto Torcuato Di Tella de Buenos Aires.
Em 1970 ele continuou suas pesquisas no Instituto de Sonologia da Universidade de Utrecht, com uma bolsa do governo holandês. Em Utrecht ele se especializou em Computer Music sob a orientação de Gottfried Michael König, Greta Vermeulen, Stan Tempelars e Fritz Weiland, trabalhando com o computador Electrologia X-8. Dentre suas obras importantes deste período destaca-se a Music for Eight Persons Playing Things.
Em 1971/73 ele ganhou uma bolsa do governo francês para um curso de aperfeiçoamento no Groupe de Recherches Musicales de l'ORTF, onde atuou como compositor-estagiário sob a orientação de Pierre Schaeffer, Guy Reibel e François Bayle. No mesmo período iniciou o Doutorado em Estética Musical na Sorbonne, Universidade de Paris VIII, tendo Daniel Charles como orientador.
Em junho de 1973 Antunes foi convidado pela Universidade de Brasília para dirigir o Curso de Composição Musical no Departamento de Música, onde ele é atualmente Professor Titular. Na Universidade ele reorganizou, com quipamentos profissionais, seu antigo estúdio de Música Eletrônica, e fundou o GeMUnB (Grupo de experimentação Musical), um conjunto de oito músicos especializado em música contemporânea e em live-electronics que fêz uma turnê de concertos na Europa em 1975.
Em 1976/77 Antunes teve mais uma longa estadia em Paris com apoio da Universidade de Brasília e uma nova bolsa do governo francês para concluir sua tese de doutorado Son Nouveau, Nouvelle Notation.
Entre 1978 e 1989 ele desenvolveu intensa atividade cultural e política em Brasília junto a movimentos populares e de intelectuais pela democratização do país. Durante este período ele escreveu várias obras engajadas politicamente, tipo de corrente estética a que aliás sempre esteve ligado, mas sempre com uma linguagem musical de vanguarda. Data desta época sua famosa Sinfonia das Diretas. Durante o mesmo período ele dirigiu vários projetos musicais na Universidade de Brasília (Núcleo de Pesquisas Sonológicas, Orquestra de Câmara da UnB, Festivais de Música contemporânea, etc.) e fêz várias viagens à Europa para participar de Festivais e dirigir concertos.
Em 1992/93 foi contemplado com a Bolsa Vitae, uma bolsa de Pós-Doutorado do CNPq e uma licença da Universidade, para realizar pesquisas durante um ano na Europa e no Oriente Médio (Berlin, Baden-Baden, Freiburg, Amsterdam, Tel Aviv, Jerusalém e Paris). Durante este período ele concluiu sua nova ópera OLGA. De janeiro a julho de 1993 ele foi compositor-em-residência nos Ateliers UPIC, dirigidos por Iannis Xenakis, onde trabalhou no domínio da informática musical e da correspondência som & imagem, realizando as fitas de sons eletrônicos a serem utilizadas simultaneamente à parte sinfônica de sua nova ópera. Em 1993 sua obra diosynchronie foi distinguida com o Prêmio de Recomendação da Tribuna Internacional de Compositores da UNESCO.
Em 1994 Antunes foi eleito membro titular da Academia Brasileira de Música, teve participação especial no Festival de Música Eletroacústica de Bourges, na França, e recebeu o Prêmio de Música Criativa do Festival de Londrina, na Paraná. Neste mesmo ano organizou e coordenou o I Encontro de Música Eletroacústica, em Brasília, em que foi fundada a Sociedade Brasileira de Música Eletroacústica. Antunes foi eleito presidente da S.B.M.E. tendo, em 1997, sido reeleito presidente por mais um período.
Entre fevereiro e maio de 1995 realizou uma série de atividades na França, participando do Festival Présences 95, onde foi estreada sua nova obra Rimbaudiannisia MCMXCV, encomendada pela Radio France. No período realizou obras eletroacústicas, sob encomenda, nos Estúdios de Música Eletroacústica do Groupe de Recherches Musicales de Paris, dos Ateliers UPIC de Massy e do Groupe de Expérimentation Musicale de Bourges.
A obra Rimbaudiannisia MCMXCV recebeu, em 1996, o Prêmio de Recomendação da Tribuna Internacional de Compositores da UNESCO e foi apresentada, em estréia brasileira, durante a XII Bienal de Música Brasileira Contemporânea, no Rio de Janeiro.
Em 1997 ele ganhou uma bolsa da Fundação Rio-Arte para compor um Balé instrumental-eletrônico. Também em 1997 ele organizou e dirigiu o II Encontro de Música Eletroacústica, em Brasília, desta vez em caráter internacional. Na oportunidade foi realizada assembléia geral da Sociedade Brasileira de Música Eletroacústica quando Antunes foi reeleito seu presidente.
Em fevereiro 1998 ele é convidado pela Universidade de Aveiro, Portugal, para ministrar master-classes durante as Jornadas de Música Eletroacústica. Em junho de 1998 foi convidado pelo Instituto Goethe e pelo grupo Músicos Contemporáneos de Córdoba, Argentina, para ministrar conferências e realizar concertos com suas obras.
Também em 1998 ele recebeu o prêmio Estancias 1998 do Ministério da Cultura do governo espanhol. Com este prêmio Antunes ministrou master-classes no Laboratorio de Informática y Electrónica Musical (LIEM) de Madrid, onde ele trabalhou durante o período julho-agosto realizando novas obras eletroacústicas. Na II Bienal de Música Eletroacústica do Estado de São Paulo (II BIMESP), realizada em outubro de 1998 e que comemorou os 50 anos da música eletroacústica, Antunes recebeu homenagem especial como precursor deste tipo de música no Brasil.
Cena da mini-ópera para crianças O REI DE UMA NOTA SÓ, durante a estréia mundial realizada em Brasília a 11 de abril de 1996. Varsóvia, 20 de maio de 1992. Jorge Antunes dirige a Orkiestra Filharmonii Lodzkiej (Orquestra Filarmônica de Lodz), na estréia mundial de sua obra IDIOSYNCHRONIE, durante o Festival da SIMC (Sociedade Internacional de Música Contemporânea).
Varsóvia, 20 de maio de 1992. Jorge Antunes dirige a Orkiestra Filharmonii Lodzkiej (Orquestra Filarmônica de Lodz), na estréia mundial de sua obra IDIOSYNCHRONIE, durante o Festival da SIMC (Sociedade Internacional de Música Contemporânea).
Mosaico
Paris, 1995. Iannis Xenakis e Jorge Antunes trocam idéias sobre a obra de Antunes RIMBAUDIANNISIA MCMXCV, encomendada pela Radio France e estreada naquele ano em Paris. A composição criou certa polêmica, porque nela Antunes, ao mesmo tempo, homenageia e critica a estética de Xenakis.
Fonte: http://www.americasnet.com.br/antunes/index2.htm
Nenhum comentário:
Postar um comentário