Vik Muniz revela no MAM seu fascínio pelos ícones visuais, populares e sofisticados
RIO - Painéis espalhados por toda a cidade e até um anúncio de televisão em horário nobre divulgam a exposição de Vik Muniz no Museu de Arte Moderna (MAM) do Rio, caso raro para um artista contemporâneo brasileiro. No museu, é extensa a equipe de montagem do artista, disputado por um séquito de jornalistas. Vik fica bem à vontade com o lado-celebridade de seu trabalho, que ganha sua maior mostra no país. Depois do MAM, onde será aberta para o público na sexta-feira (23-01), a exibição de 131 fotografias (grande parte em escala monumental) seguirá para o Masp, em São Paulo, cidade natal do artista.
- Eu produzo muito. Sou um pesquisador da imagem. Ao encontrar uma técnica, persevero até esgotá-la. - afirma Vik. - Em mostras menores, não se consegue ver a coerência da obra. Quando você vê só uma foto de cada série, parece um índex, vira uma piada. E as pessoas já têm uma tendência a simplificar meu trabalho, por ser fácil. Gosto da acessibilidade, acredito que uma imagem pode criar canais diferentes, para públicos diferentes. É como "Os Simpsons". Desde a criança até o higher graduate, gostam.
O trabalho acessível, que durante a montagem no MAM hipnotizava os funcionários menos graduados, é fruto da combinação entre a referência a ícones da história da arte e do mundo pop e o uso de materiais inusitados: poeira, açúcar, chocolate, caviar, diamantes, brinquedos, lixo, sucata. Tudo é usado por Vik como tinta, que recria imagens célebres - Monalisa, Elizabeth Taylor, Frankenstein, Freud, Vênus, Narciso, telas de Monet e Bosch - e as fotografa.
- Busco referências dentro do banco de imagens da Humanidade. Uso a história da arte para banalizá-la, da mesma forma que busco materiais que já estão carregados culturalmente - diz Vik, aos 47 anos. - As pessoas querem ser seduzidas por imagens. Não dá para criar algo que não tenha uma espécie de apelo para competir com a mídia do nosso tempo. Você tem que seduzir, se utilizar de gimmicks, de truques.
As expressões em inglês brotam naturalmente da fala solta do artista, que vive há 25 anos em Nova York, onde começou e foi lançado ao mundo como artista, onde se tornou um dos fotógrafos contemporâneos mais valorizados. É na cidade, no MoMA, um dos museus mais importantes do mundo, que Vik foi o primeiro brasileiro a participar do projeto "A Escolha do Artista", em cartaz até 23 de fevereiro. Vik vestiu a roupa de curador - o que já fizera em outros museus importantes, como o Metropolitan, também em Nova York, e o Museu D'Orsay, em Paris - e criou uma exposição lúdica, em que procurou relacionar visualmente obras do acervo do museu, sem identificá-las para o público. O resultado foi elogiado pelo jornal "The New York Times".
- Pensei em como as obras podiam se relacionar umas com as outras, em combinações de cor, textura, gênero. A exposição é sobre o espaço entre os trabalhos, as conexões entre eles, e não sobre as peças em si - diz Vik, que sentiu um saudoso friozinho na barriga ao participar do projeto.
É que a insegurança já sumiu das montagens de suas próprias exposições, que se espalham pelo mundo. "Vik", que chega ao Brasil trazida pela Aprazível Edições e Arte, passou antes por cinco cidades americanas, além de Montreal e Cidade do México. Dia 15 de abril, o artista será o palestrante convidado da série "Celebrity lectures", do Museu de Belas Artes de Boston. E, até dia 1º de março, está em cartaz a mostra "Vik Muniz: The beautiful Earth", no Tokyo Wonder Site, no Japão. Vik adora Tóquio, com sua profusão de imagens, seu caos visual - caos que, para ele, deveria ter sido mantido em São Paulo, que passou por uma limpeza visual.
- Cidade limpa para mim é Tóquio, que é o local mais poluído visualmente que existe. Quando estou lá, me sinto muito bem - diz ele, exercitando suas intermináveis associações. - A imagem digital é um marco histórico. Por 180 anos, dependemos da fotografia como depositário da História, e hoje não confiamos mais na imagem, que é manipulada. O grande desafio do século XXI é gerar um sistema de educação nesse meio predominantemente visual, construir uma ética para lidar com essas novas imagens. A percepção sempre foi relacionada à sobrevivência. O homem não vai conseguir sobreviver num ambiente onde não entende os sinais.
Foi em Tóquio, a cidade limpa, onde Vik - que inclui o lixão na lista das visitas obrigatórias em toda cidade, ao lado do zoológico e do cemitério - mostrou pela primeira vez sua série "Imagens de lixo", retratos de 20 catadores do lixão de Jardim Gramacho feitos com a ajuda dos próprios, que são convidados para a inauguração no MAM.
Do lado oposto da experiência com catadores e no Centro Espacial Vik Muniz, onde coordena um trabalho social através da criação de imagens de sucata, o artista realiza algumas obras por encomenda, como a Coco Chanel de diamantes criada para a grife Chanel e capas da revista do "New York Times".
- Muita gente me critica, mas Michelangelo e Raphael trabalhavam para a Igreja, que era a maior corporação que existia na época. Se eles acreditavam em Deus, eu acredito em free market.
Para Vik, porém, o livre mercado, que inflacionou o preço de suas obras nos últimos anos, vai passar um tempo sem lhe dar tanta atenção, por causa da crise econômica.
- Acho que nos próximos dois anos o mercado de arte vai quase parar. Eu já senti uma queda de 20% nas vendas de 2007 para 2008. Quem falar que não sente está mentindo - diz. - Mas vai ser uma volta à normalidade, porque o boom no mercado de artes foi muito absurdo nos últimos três anos. As pessoas estavam imprimindo dinheiro. Se eu vendia uma imagem por US$ 180 mil, no dia seguinte a galeria queria que eu aumentasse o preço da foto de US$ 40 mil. A pressão de produção excedia meu próprio limite, e eu comecei, inconscientemente, a trabalhar mais devagar. Agora vai ser bom, vou tirar umas férias.
Images for vik muniz obras
- Report imagesAs Obras de Vik Muniz - Leões e Cordeiros
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23 abr. 2009 ... As obras do artista plástico e fotógrafo Vik Muniz são valorizadas no mundo todo. Vik Muniz é um talento criativo, apaixonado por ícones ...
bethccruz.blogspot.com/2009/04/as-obras-de-vik-muniz.html - Cached - SimilarMais sobre Vik Muniz:
http://www.vikmuniz.net/www/index.html
http://revistaepoca.globo.com/Revista/Epoca/0,,EMI18080-15228,00-VIK+MUNIZ+NO+MOMA.html
Vik Muniz Vicente José de Oliveira Muniz
(São Paulo SP 1961).
Fotógrafo, desenhista, pintor e gravador.
Cursa publicidade na Fundação Armando Álvares Penteado - Faap, em São Paulo.
Em 1983, passa a viver e trabalhar em Nova York.
Realiza, desde 1988, séries de trabalhos nas quais investiga, principalmente, temas relativos à memória, à percepção e à representação de imagens do mundo das artes e dos meios de comunicação. Faz uso de técnicas diversas e emprega nas obras, com freqüência, materiais inusitados como açúcar, chocolate líquido, doce de leite, catchup, gel para cabelo, lixo e poeira. Em 1988, realiza a série de desenhos The Best of Life, na qual reproduz, de memória, uma parte das famosas fotografias veiculadas pela revista americana Life.
Convidado a expor os desenhos, o artista fotografa-os e dá às fotografias um tratamento de impressão em periódico, simulando um caráter de realidade às imagens originárias de sua memória. Com essa operação inaugura sua abordagem das questões envolvidas na circulação e retenção de imagens. Nas séries seguintes, que recebem, em geral, o nome do material utilizado - Imagens de Arame, Imagens de Terra, Imagens de Chocolate, Crianças de Açúcar etc. -, passa a empregar os elementos para recriar figuras referentes tanto ao universo da história da arte como do cotidiano.
Seu processo de trabalho consiste em compor as imagens com os materiais, normalmente instáveis e perecíveis, sobre uma superfície e fotografá-las. Nessas séries, as fotografias, em edições limitadas, são o produto final do trabalho. Sua obra também se estende para outras experiências artísticas como a earthwork e as questões envolvidas no registro dessas criações.
- Itau Cultural
Meduza de Marinara- 1999
(Chocolate?)
Medusa de Macarrão
Leda e o Cisne - 2009
Exposição de Vik Muniz utiliza comida como arte
Publicado em 22 janeiro 2009
Amanhã, a exposição do paulista Vik Muniz abre as portas no Museu de Arte Moderna (MAM) do Rio. Em suas obras, sucesso em diferentes países, a presença da comida é surpreende.
Não se trata da imagem de alimentos, mas sim da utilização de materiais inusitados no lugar das tradicionais tintas. Com ironia, ele adota o espírito do pós-modernismo e encoraja o espectador a refletir sobre a importância da imagem na sociedade.
O artista, que mora em Nova York há 25 anos, recria imagens de pessoas célebres com combinações de chocolate, lixo e outros. Em destaque, o Frankenstein feito de caviar, a Medusa de macarrão e molho vermelho, a pequena Valentina – filha de um trabalhador de plantação de cana no Caribe – reproduzida com açúcar e a Mona Lisa de pasta de amendoim e geléia de framboesa.
“Busco referências dentro do banco de imagens da Humanidade. Uso a história da arte para banalizá-la, da mesma forma que busco materiais que já estão carregados culturalmente”, explica o artista. Suas técnicas já foram admiradas nos EUA, Europa e Japão. “As pessoas querem ser seduzidas por imagens. Não dá para criar algo que não tenha uma espécie de apelo para competir com mídia do nosso tempo. Você tem que seduzir, se utilizar de gimmicks, de truques.
Fonte: O Globo
Equipe Malagueta
Equipe Malagueta
domingo, 26 de abril de 2009
OS DEPIRA NO MASP?
A correria e o caos da vida em São Paulo e a nossa cabeça Rock´n roll nos conduzem a algumas situações curiosas como essa que eu compartilho com vocês aqui, porque a atitude rock não tem hora para acontecer!
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Domingão é dia de procurar aquela opção pra curtir com a família depois de uma semana lotada de compromissos de trabalho e de problemas pra resolver.
Acompanhado de esposa e filho nos papéis de “mamãe urso” e “pequeno urso”, seguimos em direção da Avenida Paulista, tendo escolhido para a vez, a exposição no MASP de VIK MUNIZ, um brasileiro, tido como um dos principais artistas plásticos do mundo na atualidade, com suas obras produzidas com materiais alternativos e em uma escala pouco utilizada por outros artistas conhecidos.
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Domingão é dia de procurar aquela opção pra curtir com a família depois de uma semana lotada de compromissos de trabalho e de problemas pra resolver.
Acompanhado de esposa e filho nos papéis de “mamãe urso” e “pequeno urso”, seguimos em direção da Avenida Paulista, tendo escolhido para a vez, a exposição no MASP de VIK MUNIZ, um brasileiro, tido como um dos principais artistas plásticos do mundo na atualidade, com suas obras produzidas com materiais alternativos e em uma escala pouco utilizada por outros artistas conhecidos.
VIK MUNIZ - Che de feijão
Pelos corredores, extasiado pela criatividade e originalidade das obras do artista, percebo em um canto da sala “mamãe urso” cantarolando alguma coisa.
Vou me aproximando e bem baixinho identifico a seguinte frase:
“De que vale o ouro sem amor...” (“Formiga Gigante” – OS DEPIRA).
Perguntei o que estava acontecendo e ela vai e me responde:
- É que você fica com a página do blog aberta em casa, e sempre está tocando essa música. E assim, acabei me "contaminando". Ela não sai da minha cabeça!
Rapidamente lembrei que de fato ando trabalhando bastante nesse blog, fazendo as honras de editor amador e que muitas vezes essa música toca através do nosso podcast.
Achei até a explicação dela bem plausível, e toquei a caminhada pela exposição à diante.
VIK MUNIZ - Prato de macarrão
Caminhei na direção de outra sala onde estavam expostas obras feitas em materiais comestíveis como geléia de frutas, macarrão e pasta de amendoim. Abaixo delas, a voz do pequeno urso (12 anos) cantarolando em uma tonalizade forçadamente grave, na mesma melodia da música dos DEPIRA: “isso da vontade de comer...”!
Nesse momento não me contive e cai na risada!
VIK MUNIZ - Monalisa - Geléia e pasta de amendoim
Em seguida vemos uma sequência de artes feitas em açúcar e o "pequeno urso" imediatamente cantarola, apontando para ela...
“A formiga gigante devorou...”, mais uma vez na melodia da música dos DEPIRA.
“A formiga gigante devorou...”, mais uma vez na melodia da música dos DEPIRA.
VIK MUNIZ - Criança em acúcar
E eu não tinha como parar de rir, imaginando a cena surreal, de uma imensa formiga a devorar todas aquelas obras, resultado de anos de pesquisas e experiência por parte do autor!
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Mil perdões aos amigos da banda pelas péssimas adaptações feitas à música pela minha família maluca!
Mil perdões aos amigos da banda pelas péssimas adaptações feitas à música pela minha família maluca!
Mas a nossa cabeça louca por rock de uma forma ou de outra homenageou a arte de vocês em um dos maiores centros artísticos do Brasil.
Cabe afinal registrar, o orgulho em viver em uma família Rock´n Roll e pedir ao pessoal dos Depira que eles venham pra cá mostrar pessoalmente o seu talento a toda essa cidade e sobretudo a essa família "estranha" de fãs e admiradores do seu trabalho!
OS DEPIRA NO MASP?
Grande abraço!
DOM
DOM
RECEITA DE ARTISTA
Chocolate, ketchup e até poeira são matéria-prima para o artista plástico Vik Muniz, paulistano que vive em Nova York há 18 anos. Suas obras já ganharam espaço em importantes museus. Agora, os brasileiros vão ver de perto o saboroso trabalho do artista que une fotografia, escultura e desenho numa receita de sucesso Por Mariana Monteiro Foto: Alex Wharton Quinze anos depois, ao abrir a maior exposição da carreira —uma retrospectiva que começou pelo Museu de Arte Moderna do Rio, passa por São Paulo, em junho, e segue para Recife—, Vik também quer medir a reação do público brasileiro. “Tenho muito respeito pelo espectador. O artista faz 50%, quem vê a obra faz os outros 50%.” Ele trabalha com materiais insólitos. Suas obras são esculpidas ou desenhadas em açúcar, chocolate, lixo e até poeira. Depois, são fotografadas. O que fica são as fotos, como a de Jacqueline Kennedy desenhada com ketchup. Ou a fotografia da “Última Ceia” em que cada cena foi construída com chocolate derramado sob uma base onde o artista fez o desenho. Ele também trouxe para o Brasil as séries “Crianças de Açúcar” —com fotos de trabalhadores mirins das plantações de cana do Caribe que foram salpicadas de açúcar— e “Aftermath” —com montagens de fotos de crianças de rua contornadas com lixo de Carnaval como confetes e purpurina. “Não queria mostrar menino de rua como algo feio”, diz ele.
A trajetória de Vik também provoca espanto. Logo que chegou a Nova York, com visto de turista, não imaginava viver de arte. Tinha deixado a faculdade para estudar inglês em Chicago, onde morava uma tia. “O que me levou a ficar nos Estados Unidos foi a energia de Nova York. É uma São Paulo mais bonita”, compara. Naquela época, ainda não sabia o que queria da vida. “Sempre gostei de ciências, psicologia, teatro, pintura, história da arte, mídia e fui levando esses interesses até que veio a idéia de reunir tudo num formato só: a escultura.” Nos primeiros anos em Nova York, fez um pouco de tudo: foi atendente de posto de gasolina, pintor de parede, guarda-noturno e até garçom, como seu pai, que segue firme no ofício até hoje em São Paulo. A mãe é telefonista aposentada. O artista plástico começou a nascer quando Vik se matriculou no curso de Direção de Arte na Universidade de Nova York. Ao mesmo tempo, desenhava bichinhos para uma fábrica de roupas de criança e restaurava molduras e pinturas. Alugava um estúdio no Bronx. Foi no bairro negro nova-iorquino que começou a esculpir. Até que um dia suas esculturas chamaram a atenção de dois renomados críticos de arte, amigos de um amigo. Apareceram os primeiros convites para exposições e foi ganhando fama. As fotos-esculturas de Vik Muniz estão cotadas entre US$ 5 mil e US$ 35 mil.Ele trabalha e mora em um enorme estúdio em um antigo prédio industrial no bairro do Brooklyn. Divide o espaço com a namorada, a também artista plástica brasileira Janaína Tschape. A divisão é literal. Cada um tem seu apartamento, com cozinha e banheiros separados. “Temos duas casas no mesmo prédio, já que somos dois artistas morando juntos e ambos precisam ter o seu mundo.” O filho de 12 anos, Gaspar, vive no Rio com a mãe, a maquiadora Maria Lúcia Mattos. O garoto nasceu em Nova York, mas a mãe preferiu criá-lo no Brasil. Para aumentar a conexão com o país, Vik pensa em abrir um bar em São Paulo em sociedade com o pai. “Um boteco onde se possa tomar cerveja olhando para as obras de arte de grandes artistas brasileiros e estrangeiros.” Vik Muniz será uma das atrações nas paredes e atrás do balcão. Acesse o site oficial de Vik Muniz e conheça mais detalhes sobre a carreira do artista. |
VÍDEO - STARTE - Globo.com
IMPERDÍVEL
http://video.globo.com/Videos/Player/Noticias/0,,GIM959631-7823-MAM+RECEBE+OBRAS+DO+ARTISTA+PLASTICO+VIK+MUNIZ,00.html
Amor
Fonte
Itau Cultural
http://erockjoinville.blogspot.com/2009/04/os-depira-no-masp.html
Publicada em 20/01/2009 às 10h34m
Sejam felizes todos os seres.
Vivam em paz todos os seres.
Sejam abençoados todos os seres.
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