sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

ESTUDO SOBRE ABELHAS FEITO POR CRIANÇAS

Estudo sobre abelhas feito por crianças é publicado em revista científica


Estudo sobre abelhas feito por crianças é publicado em revista científica
O artigo científico infantil foi ilustrado com tabelas desenhadas com lápis de cor.[Imagem: Blackawton et al./Bioloty Letters]
Ciência infantil
Uma pesquisa sobre abelhas, realizada por um grupo de crianças de uma escola primária em Devon, na Inglaterra, tornou-se a primeira a ser publicada por uma revista científica acadêmica.
Os alunos da Escola Primária Blackawton, que têm entre 8 e 10 anos, descobriram que as abelhas podem ser treinadas para reconhecer cores em busca de alimento.
As crianças tiveram a consultoria do neurocientista Beau Lotto, da Universidade College London, que garantiu que o trabalho foi "inteiramente concebido e escrito" por elas.

O estudo foi publicado na revista especializada Biology Letters, publicada pela Royal Society, uma das associações científicas mais tradicionais do mundo.

Abelhas aprendem cores
Os alunos queriam saber se as abelhas seriam capazes de aprender a usar padrões de cores para encontrar o caminho até as flores mais doces e mais nutritivas.
Eles descreveram a conclusão das experiências no trabalho: "Descobrimos que as abelhas podem usar as combinações de cores para orientar-se no espaço ao decidir qual é a cor da flor para onde irão". "Também descobrimos que ciência é legal e divertida, porque você pode fazer coisas que ninguém fez antes."
A Royal Society disse que faltava compreensão sobre o objeto de estudo das crianças, e que as descobertas eram um "verdadeiro avanço" no campo.

O editor da revista Biology Letters, Brian Charlesworth, disse que o estudo é o primeiro caso do tipo no mundo: "Espero que isso inspire outros grupos a perceber que a ciência não é um clube fechado, mas algo que está disponível para todos."

Incertezas desafiadoras
O projeto nasceu de uma palestra do neurocientista Beau Lotto na escola Blackawton, onde seu filho estuda, sobre o ensino de ciência. A partir daí, Lotto e o diretor Dave Strudwick ajudaram as crianças a desenvolver as experiências.
Segundo o neurocientista, a pesquisa começou com "um dia de abelha", em que os alunos tentavam se comportar como os animais.

"O verdadeiro trabalho científico é cheio de incertezas - e é por isso que é tão excitante - mas acho que é isso o que falta na educação, onde os assuntos são apresentados como uma série de certezas chatas", disse Lotto.

Sem bibliografia
O trabalho, editado pelo cientista, manteve os textos das crianças sobre o tema. As tabelas, por exemplo, foram pintadas com lápis de cor.

Para ser publicado, o artigo teve que ser comentado por dois pesquisadores especialistas no tema, já que o texto não tinha referências bibliográficas.

Laurence Mahoney, da Universidade de Nova York e Natalie Hempel de Ibarra, da Universidade de Exeter, disseram que as experiências foram "modestas, mas inteligentemente e corretamente organizadas, além de conduzidas de maneira controlada".

Fonte:
BBC

Com informações da BBC - 23/12/2010


quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

ARTE RUPESTRE - Cores vivas por microorganismos

Um tipo particular de arte rupestre, na Austrália Ocidental, mantém até hoje cores vivas, apesar de sua idade, o que poderia intrigar muita gente. Agora, pesquisadores descobriram por que: as pinturas estão vivas.
Calma; não é bem a pintura que está viva literalmente. É que ela é colonizada por bactérias e fungos coloridos. Enquanto algumas artes rupestres desaparecem em centenas de anos, a “Bradshaw” continua a ser colorida depois de pelo menos 40.000 anos, graças a esses “biofilmes” de bactérias.

Pesquisadores estudaram 80 dessas obras Bradshaw, nomeadas em homenagem ao naturalista do século 19 que as identificou, em 16 locais na região da Austrália Ocidental. Eles se concentram em duas das mais antigas pinturas Bradshaw, Tassel e Sash, e constataram que a grande maioria delas apresentava sinais de vida, mas não pintura. A equipe apelidou o fenômeno de “pigmentos vivos”.

Segundo os cientistas, os pigmentos da tinta original foram substituídos por microorganismos pigmentados. Estes organismos vivos podem se reabastecer ao longo de milênios, o que pode explicar a aparência fresca das pinturas.

As espécies exatas envolvidas nas colorações da arte ainda não foram identificadas, e os pesquisadores alertam que as condições adversas da região podem dificultar futuras pesquisas.

Entre os habitantes mais frequentes da obra de arte está um fungo preto, provavelmente do grupo conhecido como Chaetothyriales. Sucessivas gerações destes fungos crescem pela canibalização de seus antecessores. Isso significa que, se a camada de tinta inicial, de dezenas de milhares de anos atrás, tivesse esporos de fungo no seu interior, os atuais habitantes podem ser descendentes diretos.

A equipe também observou que a pintura original pode ter tido nutrientes que deram o “pontapé inicial” para uma relação mútua entre os fungos pretos e bactérias vermelhas que muitas vezes aparecem juntos. Os fungos podem fornecer água para as bactérias, enquanto as bactérias fornecem carboidratos para os fungos.
A sugestão dos “pigmentos vivos” também pode explicar porque as tentativas de datar a arte rupestre eram inconsistentes: apesar das pinturas serem antigas, a vida que enche seus contornos é bastante recente. E datar as artes individuais de Bradshaw é crucial para qualquer compreensão mais profunda de seu significado e desenvolvimento.

Hoje, esta possibilidade está muito longe, mas o biofilme oferece um caminho possível. Segundo os pesquisadores, é possível encontrar uma data através da evolução da sequência do DNA das bactérias, mas isso pode levar um tempo.

Estudos como esse podem ajudar arqueólogos do mundo inteiro a levar em conta os efeitos que a própria vida pode ter sobre a arte. Por exemplo, a pesquisa mostra que alguns microorganismos estão convivendo com os pigmentos e não os destruindo, que geralmente é o pensamento associado às bactérias.

A pesquisa também levanta a questão de investigar se os artistas de Bradshaw sabiam dos efeitos a longo prazo dos pigmentos específicos que usaram em suas obras.

Fontes
[BBC]
http://hypescience.com/cores-de-uma-obra-de-arte-antiga-vem-de-microorganismos/


quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

Mozart Sonata in F major K. 332; Miguel Angel Messulam plays, 3rd. mov. ...


No volteio ....
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Mozart Fantasia in C minor K 475; Miguel Angel Messulam plays, Adagio,An...


ZemArte (há 1 segundo)
Oh, que delicadeza de Mozart nesta Fantasia em dó Menor! Eu não conhecia o K 475 - diferente de tudo que fez entusiasticamente,agitado nas coloraturas estonteantes,ao contrário a "Fantasia" sugere um caminhar tranquilo,doce...sereno.
Site:


terça-feira, 28 de dezembro de 2010

György Ligeti - Lontano


ElMiusikman | 4 de março de 2008 | pessoa gosta, 10 pessoas não gostam

György Sándor Ligeti (pronunciado lígueti) fue un compositor húngaro judío (que residió en Austria y luego se naturalizó), ampliamente considerado como uno de los más grandes compositores de música clásica (sobre todo instrumental) del siglo XX.

Nació en Dicsőszentmárton (la actual Târnăveni en Rumania) el 28 de mayo de 1923 y falleció en Viena el 12 de junio de 2006.

Categoria:

Música

Palavras-chave:



Sejam felizes todos os seres.
Vivam em paz todos os seres.
Sejam abençoados todos os seres.

CRISE NEOLIBERAL E SOFRIMENTO HUMANO

SOFRIMENTO HUMANO

O balanço que faço de 2010 vai ser diferente. Enfatizo um dado pouco referido nas análises: o imenso sofrimento humano, a desestruturação subjetiva especialmente dos assalariados, devido à reorganização econômico-financeira mundial.

Há muito que se operou a "grande transformação" (Polaniy), colocando a economia como o eixo articulador de toda a vida social, subordinando a política e anulando a ética. Quando a economia entra em crise, como sucede atualmente, tudo é sacrificado para salvá-la. Penaliza-se toda a sociedade como na Grécia, na Irlanda, em Portugal, na Espanha e mesmo dos USA em nome do saneamento da economia. O que deveria ser meio transforma-se num fim em si mesmo.

Colocado em situação de crise, o sistema neoliberal tende a radicalizar sua lógica e a explorar mais ainda a força de trabalho. Ao invés de mudar de rumo, faz mais do mesmo, colocando pesada cruz sobre as costas dos trabalhadores. Não se trata daquilo relativamente já estudado do "assédio moral", vale dizer, das humilhações persistentes e prolongadas de trabalhadores e trabalhadoras para subordiná-los, amedrontá-los e, por fim, levá-los a deixar o trabalho. O sofrimento agora é mais generalizado e difuso afetando, ora mais ora menos, o conjunto dos países centrais. Trata-se de uma espécie de "mal-estar da globalização" em processo de erosão humanística.

Ele se expressa por grave depressão coletiva, destruição do horizonte da esperança, perda da alegria de viver, vontade de sumir do mapa e até, em muitos, de tirar a própria vida. Por causa da crise, as empresas e seus gestores levam a competitividade até a um limite extremo, estipulam metas quase inalcançáveis, infundindo nos trabalhadores, angústias, medo e, não raro, síndrome de pânico. Cobra-se tudo deles: entrega incondicional e plena disponibilidade, dilacerando sua subjetividade e destruindo as relações familiares. Estima-se que no Brasil cerca de 15 milhões de pessoas sofram este tipo de depressão, ligada às sobrecargas do trabalho.

A pesquisadora Margarida Barreto, médica especialista em saúde do trabalho, observou que no ano passado, numa pesquisa ouvindo 400 pessoas, que cerca de um quarto delas teve ideias suicidas por causa da excessiva cobrança no trabalho. Continua ela: "é preciso ver a tentativa de tirar a própria vida como uma grande denúncia às condições de trabalho impostas pelo neoliberalismo nas últimas décadas". Especialmente são afetados os bancários do setor financeiro, altamente especulativo e orientado para a maximalização dos lucros. Uma pesquisa de 2009 feita pelo professor Marcelo Augusto Finazzi Santos, da Universidade de Brasília, apurou que entre 1996 a 2005, a cada 20 dias, um bancário se suicidava, por causa das pressões por metas, excesso de tarefas e pavor do desemprego. Os gestores atuais mostram-se insensíveis ao sofrimento de seus funcionários, acrescentando-lhes ainda mais sofrimento.

A Organização Mundial de Saúde estima que cerca de três mil pessoas se suicidam diariamente, muitas delas por causa da abusiva pressão do trabalho. O Le Monde Diplomatique de novembro do corrente ano denunciou que entre os motivos das greves de outubro na França, se achava também o protesto contra o acelerado ritmo de trabalho imposto pelas fábricas causando nervosismo, irritabilidade e ansiedade. Relançou-se a frase de 1968 que rezava: "metrô, trabalho, cama", atualizando-a agora como "metrô, trabalho, túmulo". Quer dizer, doenças letais ou o suicídio como efeito da superexploração capitalista.

Nas análises que se fazem da atual crise, importa incorporar este dado perverso que é o oceano de sofrimento que está sendo imposto à população, sobretudo, aos pobres, no propósito de salvar o sistema econômico, controlado por poucas forças, extremamente fortes, mas desumanas e sem piedade. Uma razão a mais para superá-lo historicamente, além de condená-lo moralmente. Nessa direção caminha a consciência ética da humanidade, bem representada nas várias realizações do Fórum Social Mundial entre outras.

Leonardo Boff
- Teólogo, filósofo e escritor
 

[Autor de Proteger a Terra-Cuidar da vida:
como evitar o fim do mundo, Record 2010].
INFORMATIVO+CNLB+SUL1
http://cnlbsul1.blogspot.com/2010/12/crise-neoliberal-e-sofrimento-humano.html?


sábado, 25 de dezembro de 2010

ESQUEMA GEOMÉTRICO NA PINTURA QUINHENTISTA

Vaticano premeia tese de doutoramento portuguesa

2010-12-17
Luís Alberto Casimiro
Luís Alberto Casimiro
O docente de História da Arte da Faculdade de Letras da Universidade do Porto (FLUP) Luís Alberto Casimiro recebeu ontem um prémio do Vaticano pela sua tese de doutoramento sobre «A anunciação do Senhor na pintura Quinhentista Portuguesa».

O prémio anual da «Pontificie Accademie in Mariologia 2010» foi entregue pelo secretário de Estado do Vaticano, cardeal Tarcisio Bertone, numa sessão pública das Academias Pontifícias, realizada na cidade do Vaticano.

A tese de doutoramento, num total de 2.144 páginas dividida em dois volumes, “trata, de forma inédita, o tema da Anunciação na pintura portuguesa, na primeira metade do século 16”, refere a FLUP, na apresentação do prémio.


Na tese, defendida em 2005, “o autor procura comprovar a existência de um esquema geométrico de composição que esteve na génese estrutural das pinturas, o qual terá sido utilizado, também, com a finalidade de reforçar a mensagem subjacente ao tema”, salienta fonte da faculdade. “Para tal, propõe a aplicação do que designou por ‘Método Geométrico’, como complemento do ‘Método Iconográfico e Iconológico’, desenvolvido por Erwin Panofsky”, acrescenta.

No início do trabalho, Luís Alberto Casimiro esclarece as questões teológicas mais importantes que se prendem com o tema da Anunciação, analisando a perícope (passagem que se lê nas missas solenes) do Evangelho de S. Lucas e as suas relações com certas passagens do Antigo Testamento.

Método Geométrico

Luís Alberto Casimiro
É natural de Vilar Formoso, frequentou o curso de Engenharia Electrotécnica e de Computadores, na Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto e licenciou-se em Pintura pela Faculdade de Belas Artes da mesma instituição. Actualmente, é professor auxiliar convidado da FLUP e regente das disciplinas de Iconografia, História da Pintura em Portugal, História da Arte e Cultura I e História Urbana.
Para explicar o «Método Geométrico», efectua um estudo sobre a perspectiva linear, as suas origens e as respectivas leis internas, apresentando e analisando os tratados mais importantes do Renascimento relacionados com a perspectiva.

O autor desenvolveu um estudo sobre os rectângulos, usados como “marco” das pinturas, e as regras geométricas que permitem definir, no seu interior, um conjunto variado de linhas de força e de espaços privilegiados, tal como eram entendidos na época.

A utilização desta metodologia sobre as 50 pinturas portuguesas da Anunciação da primeira metade do século XVI “veio comprovar o conhecimento das leis da perspectiva por parte dos pintores bem como a tese da existência de um esquema geométrico de composição”.

“Trata-se, pois, de uma obra de grande valor para a Historiografia da Arte Portuguesa, não só pelo facto de analisar exaustivamente a iconografia da Anunciação, mas porque introduz, nesse estudo, a vertente geométrica, numa dimensão nunca antes ensaiada”, realça a FLUP.

Fonte
CiênciaHoje - Portugal

http://www.cienciahoje.pt/index.php?oid=46525&op=all

terça-feira, 21 de dezembro de 2010

NAPOLEÃO BONAPARTE - Exposição

Exposição revela cantradições na biografia de Napoleão Bonaparte

Alguns o consideram um herói político, outros acreditam que fosse, acima de tudo, um guerreiro desumano. Mostra em Bonn trata dos ambíguos aspectos desse personagem histórico.


São quase 400 peças, divididas em 12 capítulos – pinturas de grande formato, esculturas, desenhos, documentos, medalhas, armas, móveis, ferramentas: peças emprestadas de instituições de 17 países. Além disso, o visitante tem à sua disposição um material adicional de 40 páginas e um pesado catálogo de 400 páginas.
O peso da exposição Europa, Traum und Trauma (Europa, sonho e trauma), no museu Bundeskunsthalle de Bonn, faz jus à relevância de seu tema: Napoleão Bonaparte e seu regime, os efeitos de sua política e as formas como esta foi abordada pela arte.
"Estado moderno e eficiente"
A mostra oferece um amplo panorama entre a guerra e a arte, o militarismo e a modernidade, o Iluminismo e a propaganda. Ela é fruto de um projeto franco-alemão, que tem como patronos a premiê alemã Angela Merkel e o presidente francês Nicolas Sarkozy.
O império de Napoleão, aprendemos na exposição, é considerado um exemplo clássico de um Estado moderno e eficiente, no qual o progresso técnico exercia um papel importante: infraestrutura, construção de estradas, correios e telegrafia atingiam naquela época um novo estágio de desenvolvimento.
Mas Napoleão, acima de tudo, outorgou o Código Civil dos Franceses (Code Civil des Français), primeiro compêndio legal estabelecido e respeitado em uma nação, válido até hoje na França e exemplo para Constituições de diversos outros países. Este é um lado da moeda.
Europa: campo de batalha
O outro lado, hediondo, mostra Napoleão como defensor de um Estado policial, um soberano do medo, cuja máquina militar semeou a guerra e a destruição por toda a Europa.
Empacotamento dos quadros confiscados em Viena, em obra de Benjamin Zix (1772-1811)Bildunterschrift: Empacotamento dos quadros confiscados em Viena, em obra de Benjamin Zix (1772-1811)
Seu sonho de dominar o mundo custou a vida de 3 milhões de europeus, e 10 milhões ficaram feridos nos campos de batalha e nos países destruídos. Essa é a experiência coletiva de toda uma geração, diz Bénédicte Savoy, curadora da mostra. "Guerra, extermínio, medo, frio, ferimentos, essa é a herança europeia, uma lembrança comum, que queremos mostrar aqui de qualquer forma", completa.
Napoleão, com sua máquina militar, a Grande Armée, passou por cima de toda a Europa. Para a invasão da Rússia, em 1812, ele reuniu o maior Exército que a Europa vira até então, formado por 600 mil homens. A maioria morreu, apenas poucos voltaram do gélido inverno russo. O número de vítimas foi tamanho que até no ano de 2002 foram descobertas, nos arredores de Vilnius, capital da Lituânia, valas comuns com cadáveres dos tempos napoleônicos.
Na exposição em Bonn, há imagens contemporâneas que documentam a guerra e a morte, bem como o sofrimento nos campos de batalha e nos hospitais de guerra, além de mostras da retirada deprimente de um Exército abatido, desenhos médicos de feridas horrendas, malas com utensílios para amputação de órgãos, próteses e instrumentos cirúrgicos, que deixam entrever parte do que foi o horror nos campos de batalha.
Roubo da memória cultural
Por outro lado, Napoleão era um incentivador das artes, um mecenas que instrumentalizava sem pudores os artistas em prol do culto à própria personalidade, fazendo com que esses cultivassem sua imagem em pinturas de grande formato.
Christian Wilhelm von Faber du Faur (1780–1857): horrores da guerra nos arredores de SmorgonyBildunterschrift: Christian Wilhelm von Faber du Faur (1780–1857): horrores da guerra nos arredores de Smorgony
Paris só pôde se transformar, no início do século 19, em uma meca das artes e da ciência devido à extensa apropriação de objetos oriundos de bibliotecas, arquivos e coleções de arte: estátuas de Roma, pinturas de Viena, caixas cheias de livros de Berlim, obras de arte valiosas tomadas de igrejas e mosteiros – troféus confiscados e meticulosamente listados por comissões a serviço de Napoleão, enviados a Paris como carga, em nome da fama do imperador e general.
Gravuras, pinturas e documentos servem de testemunho de tudo isso na exposição. Bénédicte Savoy explica: "A ideia era transformar Paris em um lugar central da memória, que deveria congregar todos os arquivos da Europa. O plano era também criar uma espécie de museu universal, suprir as lacunas já existentes nas coleções e torná-las as maiores e mais belas". A restituição das peças a seus países de origem foi um processo difícil, salienta a curadora.
Fascínio Bonaparte
Napoleão fascinou muitos de seus contemporâneos, entre o quais Friedrich Hölderlin, Ludwig van Beethoven, Alexander von Humboldt e Friedrich Hegel. Eles eram representantes de uma geração "eletrizada" por Bonaparte, diz Bénédicte Savoy.
A fascinação persiste até hoje: no fim da mostra, há uma escultura intitulada Terminator Napoleon, de Jonathan Meese. O irreverente artista plástico alemão concebeu uma mistura fetiches arcaicos, personagens de quadrinhos e um monstro fortemente armado, com um pênis gigante.
Autora: Cornelia Rabitz (sv)
Revisão: Augusto Valente

Destaques | Deutsche Welle
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Cultura | 20.12.2010


O RETORNO DE "GUERRA" E "PAZ" DE PORTINARI

O retorno de “Guerra e Paz”
Painéis de Candido Portinari retornam ao Teatro Municipal do Rio de Janeiro 54 anos depois de serem apresentados pela primeira e única vez no Brasil, antes de seguirem para a sede das Nações Unidas, em Nova York

O retorno de “Guerra" e "Paz”


– Os painéis “Guerra” e “Paz”, de Candido Portinari, voltam ao Teatro Municipal do Rio de Janeiro, onde foram apresentados há 54 anos pela primeira e única vez no Brasil, antes de serem embarcados para os Estados Unidos.

As obras ficarão expostas no teatro entre os dias 22 e 30 de dezembro, com entrada franca. Em janeiro de 2011, seguirão para o Palácio Gustavo Capanema, também no Rio de Janeiro, onde serão submetidas a um processo de restauração em um ateliê aberto, que poderá ser acompanhado pelo público até maio de 2011.
Com a presença do presidente da República, a exposição será inaugurada no dia 21 de dezembro, para convidados. A partir do dia 22, a visitação estará aberta ao público em seis sessões diárias, no palco do Teatro Municipal, com duração de duas horas.

Durante a visitação, o público terá a oportunidade de assistir a um filme sobre Portinari e o processo de construção dos painéis, além de uma projeção com a seleção de 180 estudos preparatórios que o artista realizou durante a realização das obras. Em seguida, poderá ver, no palco do Teatro Municipal, os murais originais que medem, aproximadamente, 14 metros de altura por 10 metros de largura e pesam 2,8 toneladas.

Os painéis estiveram no Municipal em 1956, na primeira e única vez que o público brasileiro e o próprio pintor tiveram a oportunidade de vê-los, antes de seguirem para a sede das Organizações das Nações Unidas (ONU), em Nova York, como presente do governo brasileiro.

Na época, os EUA não permitiram a visita de Portinari à inauguração dos murais devido às ligações do artista com o Partido Comunista.

Com a realização de uma grande reforma no edifício sede das Nações Unidas entre 2010 a 2013, o Projeto Portinari, que cuida do legado do artista, conseguiu a guarda dos painéis até 2013 para restaurá-la e promover sua exposição no Brasil.

“O sentimento solidário, de revolta e denúncia contra a violência e as injustiças, é uma das características fundamentais das obras de Portinari. Esse foco na exclusão é sintetizado nos monumentais painéis Guerra e Paz, onde o excluído é toda a espécie humana, submetida ao flagelo da guerra e excluída da paz”, disse o filho do artista, fundador e diretor do www.portinari.org.br/ Projeto Portinari, João Candido Portinari, em www.agencia.fapesp.br/materia/12986/entrevistas/portinari-na-internet-e-para-todos.htm entrevista à Agência Faspep.

Após a restauração e a exibição dos painéis no Rio de Janeiro, o Projeto Portinari planeja uma exposição em São Paulo, para meados de julho de 2011, que será o ponto de partida para uma série de exposições pelo Brasil e no exterior, ainda em fase de planejamento. Em agosto de 2013, as obras voltarão à ONU.

Os painéis também ilustram o b>www.fapesp.br/publicacoes/relat2009.pdf
Relatório de Atividades FAPESP 2009 e integraram uma b>
http://www.agencia.fapesp.br/materia/12937/especiais/exposicao-traz-25-momentos-de-portinari.htm
exposição com reproduções de 25 obras de Portinari realizada de 20 de outubro a 30 de novembro de 2010 na sede da Fundação, em São Paulo.

Serviço: Exposição Guerra e Paz, de Portinari
Theatro Municipal do Rio de Janeiro
Dias 22, 23, 26, 27, 28, 29 e 30 de dezembro de 2010
Sessões: 10h, 12h, 14h, 16h, 18h e 20h
Entrada franca

Ateliê aberto
Palácio Gustavo de Capanema
De 1 de fevereiro a 20 de maio de 2011
Horário: 3ª a 6ª das 10 às 17h
Entrada franca

Agendamento de grupos escolares
A partir de 17 de janeiro de 2011
Tel (21) 8337-1732
e-mail: educativo@portinari.org.br




Agência FAPESP
http://www.agencia.fapesp.br/materia/13210/o-retorno-de-guerra-e-paz-.htm