domingo, 4 de abril de 2010

PÁSCOA - MITOS e TRADIÇÕES

L.v. Beethoven: Sinfonia nº 2, 4º mov. – Kammerphilharmonie Bremen, reg. Paavo Järvi (06:09)

Páscoa: Mitos germânicos e tradições cristãs

Os alemães que cultivam a tradição colorem ovos cozidos, assam bolos especiais na Páscoa e fazem fogueiras em algumas regiões. A festa cristã se sobrepôs à que os germanos dedicavam à deusa da primavera.


Na Alemanha, a tradição cristã da Páscoa como a festa da ressurreição de Cristo, em que a morte não é vista como o fim e sim como o recomeço de uma nova vida, está ligada a elementos da mitologia germânica. Segundo Jacob Grimm, um dos famosos irmãos Grimm, o próprio termo alemão, Ostern, deriva de Ostara, a deusa germânica da primavera.

Esta 
procissão a cavalo é tradição em Crostwitz, no leste da Alemanha, sendo 
cultivada há 450 anos pela minoria sórbia. Objetivo da cavalgada é 
proclamar a ressurreição de CristoBildunterschrift:
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Esta procissão a cavalo é tradição em Crostwitz,
no leste da Alemanha, sendo cultivada há 450 anos
pela minoria sórbia. Objetivo da cavalgada é proclamar
a ressurreição de Cristo "

A primeira das grandes festas germânicas da primavera, representando a vitória do sol aquecedor sobre as trevas e o frio do inverno, é Ostern. Ela somente foi equiparada à festa de ressurreição de Cristo pela Igreja na Idade Média", diz Grimm em seu livro sobre a mitologia germânica.

Como teria surgido o coelho da Páscoa O costume de se procurar os ovos de Páscoa no jardim também estaria baseado na crença dos germanos e de outros povos antigos de que o ovo é o símbolo da fertilidade e da nova vida em crescimento. Já o coelho, símbolo de fertilidade na mitologia grega, só é conhecido como "coelho da Páscoa" no norte da Alemanha há cerca de cem anos. No entanto, o coelho é o animal sagrado atribuído tanto a Afrodite, a deusa do amor dos romanos, como a Ostara.

Artista 
plástico Stefan Hempel coloca o braço em um de seus coelhos de madeira 
em seu ateliê em Stralsund. Os coelhos da Páscoa de 80 centímetros de 
altura são algumas das divertidas figuras que Hempel fabrica para a 
venda em galerias de todo o paísBildunterschrift:
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 Artista plástico Stefan Hempel coloca o braço
em um de seus coelhos de madeira em seu ateliê em Stralsund. 
Os coelhos da Páscoa de 80 centímetros de altura
são algumas das divertidas figuras que Hempel fabrica
para a venda em galerias de todo o país

No sul, conhece-se há mais tempo a lenda dos ovos trazidos pelo coelho da Páscoa. Em suas pesquisas, o catedrático de Medicina de Heidelberg Georg Franck von Franckenau encontrou registros que documentam a lenda. Os mais antigos são de 1678. O hábito teria surgido, segundo Franckenau, há mais de 300 anos na Alsácia (França), no Palatinado e no Alto Reno (Alemanha).
Como os lépidos coelhos e lebres se multiplicam na primavera - a Páscoa cai na primavera no Hemisfério Norte - os padrinhos teriam inventado uma caçada ao coelho, na qual as crianças encontravam os ovos coloridos escondidos nos parques e jardins.

Ovos para comer e inglês ver
Antes dos ovos de chocolate envoltos em papel colorido, coloriam-se os ovos de galinha, cozidos, hábito cuja origem se perde no tempo e que se mantém vivo até hoje na Alemanha: no café da manhã do sábado ou do domingo de Páscoa não podem faltar ovos de várias cores, tingidos com anilina especial. Presenteá-los também faz parte da tradição.

Pintar ovos é
 costume nas escolas e entre as famíliasBildunterschrift:
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 Pintar ovos é costume nas escolas e entre as famílias 

Também se costuma usar as mais variadas técnicas para pintar ovos. Estes, porém, são esvaziados antes da pintura e, dependendo da habilidade de quem os decora, transformam-se em verdadeiras obras de arte, com direito a exposições especiais na época da Páscoa.

Da culinária aos fogaréus
A culinária alemã de Páscoa inclui a Osterzopf, uma decorativa rosca, na qual, depois de assada, podem ser colocados os ovos cozidos; o Osterlamm, literalmente o cordeiro da Páscoa, mas não se trata de cordeiro assado – tradição judaica – e sim de uma massa assada em fôrmas especiais, em forma de cordeiro; a Möhrencremesuppe, uma sopa com o legume preferido do coelhinho, a cenoura; e, por último, o Osterbraten, o assado de Páscoa, servido no domingo, que pode ser qualquer tipo de carne, não necessariamente cordeiro.

Outro costume cultivado em algumas partes do país é a fogueira da Páscoa, o Osterfeuer. O fogo tanto é o símbolo do sol, como da chama da fé, estando ainda ligado à purificação. Antigamente, a "limpeza de Páscoa" na Alemanha começava no pátio da igreja, onde os fiéis juntavam restos de madeira, galhos e as ramagens secas que sobravam do Domingo de Ramos. Isso para a grande fogueira, a ser acesa na noite de sábado para domingo.

Velas na 
Páscoa: símbolos da luz de CristoBildunterschrift: 
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 Velas na Páscoa: símbolos da luz de Cristo 

Nesse Osterfeuer, acende-se a Osterkerze, a vela da Páscoa, que é levada para a igreja, que está às escuras, em procissão. Na ocasião, os fiéis cantam três vezes a canção Lumen Christi, a luz de Cristo.
Na Vestfália e no norte de Hessen desenvolveu-se um costume local, de origem germânica e, portanto pagã: enormes rodas de carvalho, com 1,70 m de diâmetro e mais de 20 cm de espessura, desfilam pela cidade, transportadas em carros de feno. A seguir, são levadas para o alto de um monte. Às 21 horas do sábado, são incendiadas e rolam montanha abaixo.
 DW 
- http://www.dw-world.de/dw/article/0,,834694,00.htm
Neusa Soliz 

CASA DO FUTURO

Este é o 1ºandamento, o Molto Allegro, da mais importante música (Sinfonia nº40) de um dos maiores génios da música de todos os tempos, Wolfgang Amadeus Mozart.
Psk

Modelo da casa do futuro

No projeto Tic Tac, dos arquitetos Fernando Forte, Lourenço Gimenez
 e Rodrigo Marcondez Ferras, a laje, comodos e paredes são móveis (Foto:
 O Globo)
No projeto Tic Tac, dos arquitetos Fernando Forte, 
Lourenço Gimenez e Rodrigo Marcondez Ferras,
a laje, comodos e paredes são móveis (Foto: O Globo)

Rio de Janeiro - Basta girar o quarto ou deslocar uma das paredes da sala para contemplar uma paisagem diferente. E se precisar de uma sombra na varanda, uma opção é mover um pouco a laje. Afinal, quase tudo nesta casa é móvel. É só apertar um botão e os cômodos correm sobre trilhos. Os responsáveis por este projeto flexível, o Tic Tac, são os arquitetos Fernando Forte, Lourenço Gimenez e Rodrigo Marcondes Ferraz, do escritório paulistano FGMF.

O modelo de imóvel foi criado a pedido da revista britânica Wallpaper, que incluiu o trio no ranking dos 30 profissionais mais promissores do mundo na área de arquitetura.
“A revista pediu que criássemos um projeto que refletisse o conceito do escritório. Nossos trabalhos buscam desenhos flexíveis, que trabalhem a integração entre os espaços internos e externos, que proponham ambientes que estão entre o estar dentro e fora de casa. Foi a partir disso que criamos essa casa mutante, que tem partes que se mexem de acordo com as necessidades do morador. Só a cozinha e o banheiro que, por causa das instalações hidráulicas, não podem ser deslocados pelo terreno”, diz o arquiteto Rodrigo Marcondez Ferraz.

O Tic Tac tem 77 metros quadrados com dois quartos, sala, cozinha e banheiro. Isso quando está todo fechado, sem dar giros de até 180 graus em algum dos cômodos, deslocar paredes ou a laje superior. Pois, nesse caso, a casa pode atingir o triplo do tamanho original.
“A ideia é que o imóvel seja erguido sobre um platô, de até 400 metros quadrados. Nele, há trilhos por onde os cômodos podem ser deslocados. Pelas vigas metálicas correm as paredes, também feitas com placas de metal e cobertas internamente de gesso.”

A questão da sustentabilidade também passa pelo projeto. Sua concepção permite a redução de resíduos de obra. Além disso, na construção são utilizados materiais recicláveis, como ferro e alumínio. E o deslocamento das paredes, quartos, sala e laje permitem ao morador aproveitar ao máximo a energia solar.
Este projeto mutante ainda não foi executado. Por enquanto, está apenas no papel. Mas, segundo os arquitetos, ele, pode, sim, ser construído. Para isso, é preciso ter um terreno bem plano. No entanto, por ser desnecessária uma fundação, não há exigência quanto ao tipo de solo.

Projeto similar ao Tic Tac, feito pelos arquitetos da FGMF, tem 
como opção a o deslocamento da laje
Projeto similar ao Tic Tac, feito pelos arquitetos da FGMF, 
tem como opção a o deslocamento da laje

UM PROJETO SIMILAR EM SÃO PAULO - Em Bauru, já começou a ser erguida pelos arquitetos da FGMF uma casa inspirada no modelo flexível. Na parte superior do imóvel, há uma laje com rodinhas para poder deslocá-la de um lado para o outro. Tudo bem que ainda é uma forma tímida de mover as partes até então fixas da casa. Mas, talvez, a partir de projetos como esse, o mundo terá, em 40 ou 50 anos, uma cidade toda flexível, que pode ser constantemente reconfigurada, conforme a criatividade e necessidade do morador.