terça-feira, 22 de junho de 2010

ÍNDIOS DE ROMA - Marcelo Ferrari


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PRATO DO DIA -  MARCELO FERRARI

índios de rOMa

Krishna está meditando em sua cabana imanifesta quando ouve a onipotente voz de rOMa. 25 mil anos haviam se passado desde o ultimo verão. Imediatamente Krishna veste seus dons consciências e se dirige ao centro da cabana sem centro.

— Em que posso ser útil, meu senhor?
— Quero que me manifeste expansivamente na terra dos caciques. O inverno que pra lá mandei através de

seu irmão Lúcifer já cumpriu seu pródigo propósito. Chegou a hora de reintegrar todos os caciques a grande fogueira da tribo universal. Chegou a hora de desabrochar um novo verão em suas consciências.
— Sim, meu senhor. Seu desejo é a razão de minha existência. Lhe servir é meu único propósito real. Porém, como devo fazer isto?
— Ensinando os caciques a serem índios. Entende o que digo?
— Sim, meu senhor. Devo ajuda-los a realinharem-se a voz primordial de rOMa.
— Isto mesmo, Krishna. Durante o inverno, a consciência e os ouvidos dos caciques se congelaram pra voz de rOMa. Então, o resultado foi a era de gelo. Com deuses de gelo, religiões de gelo, sociedades de gelo, ciências de gelo, vidas de gelo, e claro, todos lutando dia e noite para serem caciques do gelo.
— Sim, meu senhor, este é o grande inverno da terra dos caciques, a era de gelo.
— Quanto mais escura a noite, mais próximo está o raiar do dia, amado Krishna. É chegado o tempo de um novo verão, a era do degelo. Quero que me manifeste expansivamente, degelando o que está aprisionado na ilusão de solidez. Libertando os caciques de suas aldeias de gelo, cocares de gelo e poderes de gelo.
— Me perdoe, meu amado senhor, mas na última primavera deste ciclo, o senhor já me enviou pra manifestá-lo na tribo dos caciques com este mesmo propósito.
— Sim, amado Krishna, e o que aconteceu?
— Os caciques, ao invés de colocarem seus cocares de gelo ao dispor da onipotência de rOMa, assim como foi demonstrado através da vida simbólica que me rOMa me deste, crucificaram rOMa, me crucificando.
— E você acha que isto foi um fracasso, Krishna?
— Não sei, meu senhor. A mim cabe estar sempre em sinfonia com sua voz, que é a fogueira universal. Se pergunto, não é pra duvidar de seus meios, mas, se me for permitido, entende-los.
— Amado Krishna, você se lembra que em sua missão de primavera na terra dos caciques, seus lábios prometeram voltar pra julgar os vivos e os mortos.
— Sim, meu senhor.
— Chegou a hora, amado Krishna.
— Meu senhor, mas sendo que os caciques continuam apegados a seus cocares de gelo, se volto a terra deles com o mesmo sermão da montanha que fiz na primavera, irão me crucificar novamente, não?
— Sim, amado Krishna, por isto que desta vez você não irá falar aos caciques na língua do gelo, com boca de gelo, produzindo palavras de gelo. Pra produzir a estação solar, farei com que fale com língua de fogo, diretamente ao coração dos caciques.
— Meu senhor, o coração de cada cacique será o juiz de cada cacique? É assim que voltarei pra julgar os vivos e os mortos?
— Sim, amado Krishna, sua voz será minha voz ecoando dentro do coração congelado de cada cacique, transformando aqueles caciques que aceitarem a nova estação, em índios de rOMa, em olhos dágua cristalina de onde brotará o rio da nova vida.
— Louvada seja a nova estação do meu senhor.
— Amado Krishna, agora eu lhe emano. Seus irmãos lhe aguardam.
— Sim, meu senhor, fazei de mim instrumento de sua vontade.
— ooooooooommmmm...

Fonte:
MARCELO FERRARI

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