quarta-feira, 16 de março de 2011

O INCONSCIENTE COLETIVO - C.G JUNG



   Jung descreveu dois da mente inconsciente. Um pouco abaixo da consciência estaria o "*inconsciente pessoal", contendo as lembranças, os impulsos, os desejos, as percepções indistintas e outras experiências da vida do indivíduo suprimidas ou esquecidas. O inconsciente pessoal não é muito profundo e os incidentes ali armazenados podem facilmente traduzidos para o nível consciente.


   As experiências do inconsciente pessoal são agrupadas em complexos, ou seja, em padrões de emoções e de lembranças com temas comuns. O indivíduo manifesta um complexo devido à preocupação com alguma idéia (com a inferioridade ou a superioridade) que, por sua vez, influencia o comportamento. Portanto, o complexo consiste basicamente em personalidade menor dentro da personalidade total.


   Em um nível abaixo do inconsciente pessoal estaria o **inconsciente coletivo, desconhecido para o indivíduo. Nele estariam armazenadas as experiências acumuladas das gerações anteriores, inclusive dos nossos ancestrais animais. Essas experiências universais e evolutivas formam a base da personalidade. Todavia observe que as experiências contidas no inconsciente coletivo são inconscientes. O indivíduo não está ciente delas nem se lembra ou as tem em imagens, assim como ocorre com as experiências contidas no inconsciente pessoal.


*Inconsciente pessoal: local onde se armazena o que em algum momento foi consciente, mas que foi esquecido ou suprimido.


**Inconsciente coletivo: nível mais profundo da psique que contém as experiências herdadas das espécies humanas e pré-humanas.


 
 
Carl Gustav Jung
 
O psiquiatra suíço, interessado em pensadores como Platão, Empédocles e Goethe, ficou conhecido por seus estudos que relacionavam as ideias de inconsciente com o entendimento do coletivo

Outra forma de compreender o fenômeno é relacionar o raciocínio com o consciente e a intuição com o inconsciente. Quando se pensa que algo foi esquecido, na verdade essa informação passou para o inconsciente, sendo lembrada em momentos específicos.

O psicólogo Carl Gustav Jung dizia que a intuição nos faz ver o que está acontecendo nos cantos mais escondidos de nossa mente. Já o filósofo Henri Bergson afirmava que, por meio da intuição, problemas que julgamos insolúveis vão se resolver, ou, antes, se dissolver, seja para desaparecerem definitivamente, seja para colocarem-se de outra maneira.

A intuição surge quando o raciocínio lógico e a observação empírica falham em processar nosso contato com o mundo. A intuição aparece, assim, repentinamente, sem a necessidade de qualquer percepção que passe pelos sentidos. Ela registra-se no nível do inconsciente.
Casos de intuições são relatados nas mais diversas culturas e são tantos que desafiam uma catalogação

Inconsciente coletivo
Inconsciente Cole(c)tivo, segundo o conceito de psicologia analítica criado pelo psiquiatra suíço Carl Gustav Jung, é a camada mais profunda da psique humana. Ele é constituído pelos materiais que foram herdados da humanidade. É nele que residem os traços funcionais, tais como imagens virtuais, que seriam comuns a todos os seres humanos.

Características
A existência do inconsciente coletivo não é derivada de experiências individuais, tal como o inconsciente pessoal, trabalhado por Freud, embora precise de experiências reais para poder se manifestar. Tais traços funcionais do inconsciente coletivo foram chamados por Jung dearquétipos, que não seriam observáveis em si, mas apenas através das imagens que eles proporcionam. Jung chamou a atenção para o fato de que o inconsciente coletivo retém informações arquetípicas e impessoais, e seus conteúdos podem se manifestar nos indivíduos da mesma forma que também migraram dos indivíduos ao longo do processo de desenvolvimento da vida.

O psicanalista Erich Fromm apresenta outra posição a respeito. É denominada de "inconsciente social", que seria a parte específica da experiência dos seres humanos que a sociedade repressiva não permite que chega à consciência dos mesmos. Já o sociólogo e filósofoNildo Viana concebe o inconsciente coletivo como o conjunto das necessidades e potencialidades reprimidas de um conjunto de indivíduos, grupos, classes ou toda a sociedade.

O inconsciente coletivo complementa o inconsciente pessoal, e muitas vezes se manifesta igualmente na produção de sonhos. Desta forma, enquanto alguns dos sonhos têm caráter pessoal e podem ser explicados pela própria experiência individual, outros apresentam imagens impessoais e estranhas, que não são associáveis a conteúdos da história do indivíduo. Esses sonhos são então produtos do inconsciente coletivo, que nesse caso atua como um depósito de imagens e símbolos, que Jung denomina arquétipos. Dele também se originam osmitos. No entanto, sendo o inconsciente coletivo algo que foi e está sendo continuamente elaborado a partir das experiências obtidas pelos seres, o acesso individual às informações contidas no inconsciente coletivo pode ser uma forma de explicar o mecanismo de operação de alguns dos fenômenos psíquicos incomuns que foram considerados desde o princípio da psicologia junguiana. 

Por outro lado, isso corresponde a introduzir mais do que arquétipos nesta estrutura psíquica universal, que pode conter igualmente dados fundamentais de operação dos fenômenos naturais, que se manifestam como leis das descrições químicas e físicas da natureza (ver mais), além, é claro, da biologia. Em síntese, o inconsciente coletivo da psicologia analítica pode ser um modelo adequado para a compreensão dos fenômenos mentais, mas também tem se mostrado um modelo poderoso para a compreensão dos aspectos físicos do universo, ainda que ainda em nível analógico.

Fonte:
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.


INSTINTO - INCONSCIENTE - CONSCIENTE

 JUNG, Carl Gustav.

 A Natureza da Psique. Tradução de Pe. Dom Mateus Ramalho Rocha, OSB. Petrópolis: Vozes, 1984, capítulo VI, volume VIII/2 das Obras Completas. [263] O fim a que se propõe este simpósio sobre O instinto e o inconsciente diz respeito a uma questão de grande importância tanto para o campo da Biologia como para o da Psicologia e da Filosofia. Mas se pretendemos discutir com êxito as relações entre o instinto e o inconsciente, é necessário que proponhamos uma definição do conceito em questão. [264]

No que se refere à definição de instinto, convém acentuar a importância daall- or-none-reaction formulada por Rivers2. Parece-me, inclusive, que a peculiaridade da atividade instintiva é de particular importância para o lado psicológico do problema. Devo, naturalmente, restringir-me ao aspecto psicológico da questão, porque não me sinto competente para tratar o problema do instinto sob o seu aspecto biológico. Devendo dar uma definição psicológica da atividade instintiva, creio que posso me valer antes de tudo do critério daall-or- none- reaction formulado por Rivers, e precisamente pelas seguintes razões: Rivers define esta reação como um processo que apresenta uma gradação de intensidade não correspondente às circunstâncias. É uma reação que, uma vez desencadeada, se processa com sua intensidade específica em qualquer circunstância e sem nenhuma proporção com o estímulo que a provoca.

Mas se investigamos os processos psicológicos da consciência, procurando discernir se existe entre eles algum que se distingue pela desproporção de sua intensidade com relação ao estímulo que a desencadeia, podemos encontrar uma grande quantidade deles diariamente em qualquer indivíduo, como, por ex., afetos e impressões desproporcionados, impulsos e intenções exagerados, e muitas outras coisas da mesma natureza. Daí se segue que é de todo impossível classificar estes processos como instintivos, e por isso devemos primeiramente procurar um outro critério. [265]

Como se sabe, a linguagem corrente usa a palavra "instinto" com muita freqüência, falando sempre de ações "instintivas", quando se tem diante de si um comportamento em que nem os motivos nem a finalidade são conscientes e que só foi ocasionado por uma necessidade obscura. Esta peculiaridade já fora acentuada por um escritor inglês mais antigo, Thomas Reid, que diz: "By instinct, I mean a natural blind impulse to certain actions, without having any end in view, without deliberation, and very often without any conception of what we do". ["Por instinto, entendo um impulso natural cego para certas ações, sem ter em vista um determinado fim, sem deliberação, e muito freqüentemente sem percepção do que estamos fazendo"]3. Assim, a atividade instintiva é caracterizada por uma certa inconsciência de seus motivos psicológicos, em contraste com os processos conscientes, que se distinguem pela continuidade de suas motivações. A ação instintiva, portanto, aparece mais ou menos como um acontecimento psíquico abrupto, uma espécie de interrupção da continuidade da consciência. Por isso, é sentida como uma "necessidade interior" — que é a definição já dada por Kant para o instinto4. Por sua natureza, a ação instintiva deveria ser incluída entre os processos especificamente inconscientes que só são acessíveis a consciência por seus resultados. [266]

Mas se nos contentássemos com esta concepção do instinto, em breve descobriríamos sua insuficiência. Na verdade, com esta definição apenas diferenciamos o instinto do processo consciente, e o caracterizamos como inconsciente. Se, pelo contrário, abarcamos com um olhar os processos inconscientes em seu conjunto, perceberemos que é absolutamente impossível classificá-los como instintivos, embora na linguagem ordinária não se faça mais nenhuma distinção entre eles.

 ["Por instinto entendo um Impulso natural e cego para certas ações, sem ter um fim em vista, sem deliberação 11 multas vezes sem uma percepção do que estamos fazendo"].

   Fonte:
 Psicoloucos
http://www.psicoloucos.com/Carl-Jung/o-inconsciente-coletivo.html

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